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Os famosos também engrossam as estatísticas da epidemia de heroína nos EUA

Suposta overdose de Demi Lovato reabre o debate sobre a crise que se agravou nos últimos anos. Philip Seymour Hoffman, Cory Monteith e Nicole Richie foram algumas de suas vítimas

Philip Seymour Hoffman no Festival Sundance, em janeiro de 2014
Philip Seymour Hoffman no Festival Sundance, em janeiro de 2014Victoria Will (INVISION / AP)
Antonia Laborde
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O Clube dos 27 foi ungido em heroína. Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison foram um esquadrão que lutou contra a droga que, de uma forma ou de outra, acabou por silenciá-los. Muitos outros artistas se uniram a essa viagem prematura que acaba com o gênio e o talento. Mas essa epidemia mortal que assola os Estados Unidos não liga para idade, fama e profissão. É uma crise que nenhum Governo soube deter. Em 2016, o último ano com números, quase um milhão de norte-americanos consumiu heroína pelo menos uma vez, um número que não parou de crescer desde 2007, de acordo com dados da Pesquisa Nacional sobre Consumo de Drogas e Saúde. Sempre que o debate sobre como impedir o consumo do opioide adormece, um famoso estremece os tabloides e as consciências para revivê-lo. A recente overdose da cantora, atriz e ex-garota prodígio do Disney Channel Demi Lovato foi responsável por reabrir a discussão.

A ex-garota Disney, que completará 26 anos em 20 de agosto, foi hospitalizada em 24 de julho após sofrer uma aparente overdose que no começo foi atribuída à heroína. Essa hipótese já foi desmentida à rede CNN por uma fonte próxima à artista, mas durante a semana de sua internação a artista conseguiu unificar as mensagens de personagens conhecidos que enviaram seu apoio e força aos que sofrem do vício às drogas.

Nicole Richie em abril de 2018
Nicole Richie em abril de 2018Stefanie Keenan (Getty Images)

A morte do ator Philip Seymour Hoffman em 2014 foi um dos casos recentes mais famosos em relação ao consumo de heroína. A última imagem da estrela de Hollywood, com uma agulha fincada no braço, abriu um debate global. Particularmente nos Estados Unidos a epidemia de opioides começou na década de 1990, quando os médicos começaram a receitar opiáceos legais sem controle médico para aliviar a dor. Depois o Governo federal impôs restrições ao acesso a essas substâncias e muitos pacientes foram às ruas à procura de heroína que lhes dava o que chamam de “lua de mel”.

Um ano antes do falecimento de Seymour Hoffman os fãs da série Glee choraram a morte de Cory Monteith. O ator protagonista da comédia musical encarnava Finn Hudson, um bom garoto em um colégio onde os marginalizados tentavam ganhar espaço através da música. Monteith reconheceu em entrevistas que quando adolescente costumava matar aulas para beber e fumar maconha e isso fez com que não se formasse no colégio. Em março de 2013 entrou em um centro de reabilitação, mas morreu em julho por uma overdose de heroína e álcool em um hotel de Vancouver, Canadá, sua cidade natal.

O prazer momentâneo que a heroína dá é algo que suas vítimas – famosas ou não – lutam internamento para abandonar porque suas consequências fatais são claras. Somente em 2016, o vício às drogas acabou com a vida de 60.000 norte-americanos; 35.000 dessas mortes foram por overdose de heroína pura e adulterada. Uma década atrás, a estilista e ex-estrela de televisão Nicole Richie ousou falar de seu vício. Richie foi internada em um centro de desintoxicação por seu vício à heroína, droga que provou pela primeira vez aos 13 anos. A separação de seus pais fez com que a “menina mimada da televisão” se refugiasse no opiáceo. Nesse caso, Richie se tratou a tempo, entrou voluntariamente em um centro de desintoxicação e conseguiu limpar seu corpo do rastro da droga. Hoje tem sua própria marca de moda, é casada desde 2010 com Joel Madden, membro da banda pop punk norte-americana Good Charlotte e tem dois filhos.

O ator Cory Monteith em janeiro de 2013 em Los Angeles
O ator Cory Monteith em janeiro de 2013 em Los AngelesDan MacMedan (WireImage)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou de “emergência nacional” o problema com a droga durante seu primeiro ano de mandato. “Empregaremos muito tempo, muito esforço e muito dinheiro na crise dos opiáceos”, disse Trump, frisando que nos últimos cinco anos isso se transformou em “um problema sério”. Mas a realidade mostrada pelos dados é que as overdoses por opiáceos aumentaram 30% em todo o país em somente 14 meses entre 2016 e 2017, de acordo com relatório do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças. A heroína continua sendo um problema que consome quem se aproxima dela, sejam famosos ou não.

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