Chacina da Candelária, 25 anos do crime que chocou o mundo
Em 23 de julho de 1993, oito jovens em situação de rua foram assassinados por policiais militares. Ativistas e familiares de outros jovens mortos no Rio fizeram nesta segunda um ato para relembrar o massacre
A celebração, que também contou com lideranças de outras religiões, foi organizada pelo movimento Candelária Nunca Mais!. Contou com o apoio da Anistia Internacional e teve a presença de mães e familiares de outras vítimas de violência policial no Rio.Antonio Lacerda (EFE)Uma das presentes na celebração foi Bruna Silva (no centro da foto), mãe de Marcos Vinícius, um adolescente de 14 anos que foi morto no dia 21 de junho deste ano na Maré durante uma operação policial. Muito emocionada, foi abraçada e consolada por várias pessoas que participaram do ato desta segunda.Antonio Lacerda (EFE)Momento final da celebração religiosa, com crianças levando bandeiras em direção ao altar da igreja.Antonio Lacerda (EFE)Uma pessoa reza durante a missa desta segunda em memória dos oito jovens assassinados por policiais durante a chacina da Candelária. Na camisa está a foto de Jhonata Dalber, um rapaz que foi morto aos 16 anos no Morro do Borel, zona norte do Rio, em 2016. Ele levou um tiro na cabeça. Na época, parentes do jovem afirmaram que policiais militares confundiram saquinhos de pipoca que ele segurava com drogas. Já a PM afirmou que ele teria participado de troca de tiros com os policiais da UPP.Antonio Lacerda (EFE)Depois da missa na igreja da Candelária, por volta de 12h, uma manifestação saiu em direção a Cinelândia. Na foto, artistas fazem malabarismos em frente à igreja.Antonio Lacerda (EFE)A manifestação foi puxada por artistas que a todo momento faziam performances. O ato, que lembrou os 25 anos da chacina da Candelária, teve mensagens contra a violência policial e a política de guerra contra as drogas travada nas favelas e periferias brasileiras. "Não queremos caveirão, nós queremos dinheiro para a saúde e a educação", cantavam.Silvia Izquierdo (AP)Um artista durante sua performance em frente à igreja da Candelária, nesta segunda.Antonio Lacerda (EFE)Além de várias mães de jovens mortos pela polícia, o ato desta segunda teve a participação de dezenas de crianças. Pediam paz e reivindicavam um futuro para si mesmos.Silvia Izquierdo (AP)Grupo de mães da favela de Manguinhos, cujos filhos também foram assassinados pela polícia, também estiveram presentes no ato que lembrou dos 25 anos da chacina da Candelária.Felipe BetimO ato desta segunda seguiu pela avenida Rio Branco e foi puxado por artistas até a Cinelândia. Felipe BetimJovem mostra cartaz durante ato desta segunda. Felipe BetimNa noite do dia 23 de julho de 1993, há exatos 25 anos, policiais fora de serviço pararam dois carros Chevettes com placas cobertas em frente à Igreja da Candelária. Em seguida, atiraram contra dezenas de pessoas, a maioria crianças e adolescentes, que estavam dormindo nas proximidades da igreja. Oito pessoas morreram, entre elas seis menores de idade. Felipe BetimUm mês depois da chacina da Candelária, outro grupo de extermínio, também formado por policiais, assassinou 21 pessoas na favela de Vigário Geral, uma favela na norte no Rio. "Essas chacinas, assim como a chacina de Acari em 1990, contribuíram para estabelecer a reputação da polícia do Rio como uma das mais violentas do mundo", diz a Anistia Internacional.Felipe BetimAto desta segunda terminou na Cinelândia, nas escadarias da Câmara dos Vereadores do Rio, por volta de 13h. Na foto, duas meninas seguram um cartaz em que pedem por justiça. Felipe Betim