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Cristiano Ronaldo: “Não acho que os torcedores do Real estejam chorando”

Português se mostra entusiasmado no dia da sua apresentação como jogador da Juventus de Turim

Daniel Verdú
Cristiano Ronaldo chega a Turim para jogar na Juventus.
Cristiano Ronaldo chega a Turim para jogar na Juventus.JUVENTUS FC
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No último domingo, justo quando França e Croácia disputavam a final da Copa do Mundo, o português Cristiano Ronaldo aterrissou de surpresa no aeroporto de Caselle (Turim), na Itália. É provável que ele tenha sido o único grande jogador que perdeu o encontro mais importante do futebol. Mas a Juventus, o clube ao que chega o craque com 33 anos, não contrata um esportista qualquer. Ele mesmo se encarregou de lembrar disso em uma apresentação sóbria à imprensa, nesta segunda-feira, sem torcedores e marcada por uma certa melancolia quando o recordaram seu passado: "Não acho que os torcedores do Real estejam chorando”, dando por acabada sua etapa no time espanhol.

A Juve, clube em que ele receberá um salário, segundo fontes, de cerca de 31 milhões de euros (140 milhões de reais) por temporada e em que praticamente não pagará impostos pelos ingressos que gere no estrangeiro, está acostumada a um equilíbrio e descrição longe de seu estilo. Nesta segunda, o clube cancelou a apresentação do jogador aberta ao público, segundo disse, para não fazer distinções com o resto da equipe. Soou estranho, ainda mais tendo em conta o personagem que contrataram. "Fiz história em todos os clubes por onde passei", foram as primeiras palavras do craque. De alguma maneira, também já fez no clube de Turim.

Cristiano Ronaldo falou em um evento organizado no salão Gianni e Umberto Agnelli do Allianz Stadium, o maior e mais luxuoso do coliseu turinense. Na plateia estavam sua mãe, sua namorada, seu filho e seu representante, Jorge Mendes. O português fechou com a Juventus por 112 milhões de euros (507 milhões de reais) após deixar o Real Madri, e contou que chega a Turim com vontade de demonstrar que é um jogador de primeiríssima linha.

“Estou muito concentrado e motivado para poder demonstrar aos italianos que sou um jogador top. Acho que não preciso demonstrar nada a ninguém, porque os números não enganam, mas tenho ambição e adoro desafios”, afirmou. “Depois de fazer história tanto no Manchester como no Real Madrid, também quero fazê-la aqui”, acrescentou o atacante português, que assinou nesta segunda-feira um contrato de quatro anos.

O português considera que trocar o Real Madrid pelo clube italiano “não é um passo atrás, sempre é para frente”. “Não diria que é um passo atrás, sempre é para frente. [A Juventus] é uma equipe para ganhar, ganhou as sete últimas ligas italianas, esteve ultimamente em duas finais da Champions. Espero levar a Juventus ao nível mais alto”, disse Cristiano Ronaldo durante a entrevista coletiva.

Ele disse também, com certa ironia, que a oferta da Juventus foi a única que recebeu, e considerou como “um momento especial” os aplausos recebidos pela torcida juventina quando marcou um gol de bicicleta pelo Real Madrid na Liga Campeões.

O português se lembrou da ovação que a torcida no Allianz Stadium lhe dedicou nas quartas de final da última Champions League, depois do seu golaço de bicicleta que selou o 3 x 0 para o Real. “Foi um momento bonito, especial, espetacular. Ser recebido dessa maneira é bonito, dá motivação. Obrigado pela recepção e tentarei dar uma resposta em campo. Muito obrigado, grazie mille”, disse.

Depois de marcar 451 gols em 438 jogos pelo Real Madrid, Cristiano chega a Turim com vontade de fazer a diferença numa das ligas mais táticas do mundo. “Sei que é uma liga muito tática, mas eu gosto de experimentar coisas novas. Nunca nada foi fácil na minha carreira. Não consegui nada sentado em casa. Tenho confiança no meu futebol, nos meus companheiros da Juventus (...). Sei que é um desafio difícil, mas estou preparado”, declarou.

Uma das principais solicitações que Cristiano recebeu nesta segunda-feira por parte da torcida foi ajudar a Juventus a conquistar uma Champions League, troféu que Ronaldo ergueu cinco vezes em sua carreira. “Nunca na minha carreira pensei ganhar duas ou três Champions, e já são cinco. Sinceramente não é uma obsessão, mas minha ambição sempre é ganhá-la. Era difícil em Manchester, em Madri, por que não [ganhá-la também] aqui?”

Ao final da coletiva, Cristiano mostrou a camisa 7 aos mais de 200 jornalistas presentes e fez fotos oficiais com o presidente Andrea Agnelli e o diretor esportivo do clube, Fabio Paratici.

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