Peru volta à instabilidade institucional
Presidente renunciou para evitar destituição em processo iniciado por suspeitas sobre Odebrecht
Apenas 20 meses depois de assumir a presidência do Peru, o presidente Pedro Pablo Kuczynski apresentou sua renúncia. O mandatário foi relacionado a vários escândalos, em concreto com o caso Odebrecht e com uma suspeita de compra de votos. A isso se somou a pressão parlamentar exercida pela oposição fujimorista. Kuczynski renunciou na quarta-feira, um dia antes de o Parlamento votar sua destituição. Era a segunda moção desse tipo em apenas três meses. A renúncia presidencial constitui um duro golpe à institucionalidade do país.
A saída de Kuczynski da Casa de Pizarro aprofunda ainda mais uma dinâmica de decadência política iniciada em 1990, quando Alberto Fujimori venceu nas urnas Mario Vargas Llosa. Longe de regenerar o país, Fujimori protagonizou um autogolpe em 1992 e instaurou um regime caracterizado pela corrupção e pela violação dos direitos humanos. A democracia foi restaurada em 2001, mas a lista de mandatários desde então apresenta uma coleção de escândalos: Alejandro Toledo, fugiu para os Estados Unidos e tem mandado de prisão; Alan García foi presidente duas vezes e em ambas foi envolvido em casos de corrupção; Ollanta Humala está preso pela mesma razão. Kuczynski renunciou sob a mesma acusação.
No Peru, a influência de Fujimori ainda se faz sentir por meio de seus herdeiros políticos e físicos: seus filhos Keiko e Kenji. Keiko, líder da oposição, tem um discurso populista e destrutivo. Ao estilo de seu pai, vai chantageando os rivais políticos com vídeos. Kenji pactuou com Kuczynski o indulto do ex-ditador em troca de 10 votos que evitaram a queda do presidente em dezembro.
Cabe agora ao vice-presidente Martín Vizcarra a difícil, mas imprescindível, tarefa de devolver aos peruanos a confiança em suas instituições democráticas.
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