Prefeito de Embu afasta subsecretário suspeito de ataque a jornalista
Renato Oliveira fala em acidente e diz que ocorrido não foi por motivações políticas, mas sim, pessoais Exoneração foi assinada na segunda-feira (19)
Renato Oliveira, subsecretário de gestão tecnológica e comunicação de Embu das Artes, na Grande SP, foi exonerado nesta terça-feira (19/2), quatro dias após ser indiciado pela Polícia Civil por lesão corporal grave contra o jornalista Gabriel Binho. A agressão ao jornalista ocorreu em dia 28 de dezembro do ano passado.
Em nota, o prefeito Ney Santos (PRB) informou que afastou o subsecretário devido à “repercussão na mídia como sendo um possível atentado contra a liberdade de imprensa” e ao seu “apreço aos profissionais da categoria”. Informou também que o afastamento vai durar até a conclusão do processo judicial. Porém, fez questão de frisar que o atentado não consta no inquérito.
“Questões pessoais”
Renato Oliveira falou com a Ponte por telefone e disse que não atacou Binho por discordar do tom crítico de suas matérias, como afirma o jornalista, mas que foi “tirar satisfação sobre questões pessoais”.
Segundo Oliveira, a desavença entre ele o jornalista teria começado em 13 de dezembro, durante um evento chamado Embu Summer Fest. “Eu estava lá com uma mulher, era um relacionamento extraconjugal, e o Binho nos viu. Ele disse que falaria para minha mulher sobre a relação. E realmente fez. Ele acabou com o meu casamento”, conta o agora ex-subsecretário.
Duas semanas depois, no dia 28, durante um protesto contra o aumento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) proposto pela Prefeitura, Oliveira encontrou o agente penitenciário Lenon Roque, que seria seu amigo (e não um segurança, como foi informado). Gabriel Binho também estava lá. Oliveira queria abordar o jornalista para esclarecer o fato de o jornalista ter supostamente revelado a traição do subsecretário à sua mulher .
“Para não gerar atrito político e como eu sou uma figura conhecida na cidade, eu não quis falar com ele naquele momento”, afirma o ex-subsecretário, dizendo que não queria protagonizar uma discussão diante de políticos da oposição. Então, ambos teriam ido para o carro de Lenon, um Hyundai i30, prata, onde ficaram esperando pelo jornalista.
Quando o ato terminou e os manifestantes se dispersarem, Binho pegou sua moto e foi embora. Lenon e Renato seguiram o jornalista. “Nós fomos atrás dele e a gente buzinava para ele parar. Mas ele acelerava cada vez mais a moto”, afirma Oliveira. Ele afirma que não pretendia machucá-lo.
O jornalista parou no acostamento e o carro com a dupla “acabou esbarrando” na moto dele, na versão de Oliveira. “Em nenhum momento houve tiro, como disse o Gabriel. Na verdade não sei porque ele inventou essa história. Acredito que tenha sido um fato político”, disse.
O subsecretário exonerado repassou à Ponte imagens que, segundo ele, seriam de uma suposta conversa dele com a mãe de Binho, ocorrida após ela visitar o filho no hospital. “Agora história é tão irreal que nem a mãe dele acreditou”, afirma.
No diálogo, Oliveira pergunta se Binho estaria “inventando” e pergunta se seria “coisa da vereadora Rosangela Santos” (PT). “Desde que ele abandonou e se juntou nesses movimentos ele deixou jesus (sic)”, responde a mãe. Em outro momento, ela afirma: “Eu e irmão achamos a mesma coisa quando chegamos no hospital (sic)” e “parece simulação de novela”.
O ex-subsecretário reconhece que a Polícia Civil tinha razão ao indiciá-lo por lesão corporal grave. “Agora, injustiça é falarem em armas e tiros”, afirma.
Medo e depressão
À Ponte, Gabriel Binho afirmou que a história da mulher de Renato é “mentira” e que não conhece nenhuma das “duas mulheres”. Nem a ex-esposa de Oliveira, nem a amante.
Sobre a suposta conversa envolvendo a mãe dele, o jornalista disse que ela teria dado aquelas respostas por “medo”. “Ela tem depressão e por conta da repercussão que tomou o meu caso, ela teme que algo possa acontecer comigo e com meu irmão”, afirmou.
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