Lava Jato abre nova frente de investigação na Transpetro e implica o PT
Ex-gerente foi preso suspeito de receber 7 milhões de reais para beneficiar empresa de engenharia
A Polícia Federal cumpre, na manhã desta terça-feira (21), mandados na 47ª fase da operação Lava Jato, batizada de Sothis, cujo alvo é a Transpetro, uma empresa subsidiária da Petrobras. Um ex-gerente da empresa, José Antônio de Jesus, de acordo com o site de notícias G1, foi preso suspeito de operacionalizar, junto com familiares e intermediários, o recebimento de 7 milhões de reais em propinas pagas por uma empresa de engenharia, entre setembro de 2009 e março de 2014. O Partido dos Trabalhadores (PT) também teria sido beneficiário de pagamentos.
De acordo o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, “houve um esquema político-partidário contínuo e duradouro na Transpetro, como na Petrobras. Os crimes praticados na Transpetro são uma nova frente de investigações da Lava Jato, em expansão. Como ocorreu no caso da Petrobras, este é o momento mais favorável para quem quiser colaborar com a Justiça se apresentar“.
A investigação indica que o ex-gerente recebeu suborno para favorecer a empresa de engenharia em contratos com a Transpetro. Para dissimular e ocultar a origem ilícita dos recursos, o valor foi pago por meio de depósitos realizados em contas bancárias de terceiros e familiares, vindo de contas de titularidade da empresa de engenharia e/ou de seus sócios. Para a procuradora da República Jerusa Burmann Viecili, “neste caso houve um dos esquemas mais rudimentares de lavagem de dinheiro da Lava Jato. A propina saía da conta bancária da empresa de engenharia para a conta bancária de empresa do filho sem qualquer contrato ou justificativa para o repasse do dinheiro”.
José Antônio de Jesus, que se desligou recentemente da subsidiária, teria pedido, inicialmente, o pagamento de 1% do valor dos contratos da empresa com a Transpetro como propina, entretanto, o acerto final ficou em 0,5%. Este valor foi pago mensalmente em benefício do PT, de modo independente dos pagamentos feitos pela mesma empresa a pedido da presidência da Transpetro, e que eram redirecionados ao PMDB. O ponto de partida das investigações foi a colaboração premiada dos executivos da empresa de engenharia.
A operação em curso nesta terça-feira foi desencadeada a pedido do Ministério Público Federal (MPF). Além da prisão temporária do ex-gerente, são cumpridos oito mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva.
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