_
_
_
_

Você trocaria o crachá por um chip sob a pele?

Empresa norte-americana começou a implantar chips em seus funcionários para identificá-los e reacendeu o debate sobre a privacidade na era digital

Chip da empresa Biohax.
Chip da empresa Biohax.AFP

A mesma tecnologia que se usa para pagar com o celular pode abrir a porta da garagem de casa, ativar a música ou acender a luz. Faz tempo que a Sony emprega essa técnica nas apresentações de seus telefones. Uma demonstração de como o chip NFC (near field communication, comunicação por proximidade) pode ativar ordens simples. O chip, com seu respectivo sensor emissor e receptor, sempre vai dentro do aparelho, seja um celular, seja um relógio inteligente. Ao aproximar-se do terminal de pagamento, de uma porta, o interruptor ou o local em que se encontra o sensor programado para receber a ordem executa uma ação.

Mais informações
A meca dos ‘youtubers’ fica no Rio e tem vista para o mar
IBM bate recorde de armazenamento com um cartucho no qual cabem 330 milhões de livros
Instagram Stories comemora primeiro ano e destaca participação de brasileiros

Esta semana, 50 dos 80 funcionários do Three Square Market, empresa de tecnologia de Wisconsin, se somou ao experimento de colocar um chip desse tipo sob a pele para que eles se movessem em seu entorno de trabalho sem colocar uma senha, sem tirar um cartão de identificação, sem chaves... Escondido entre o polegar e o indicador da mão, carregam um pequeno pedaço de engenharia do tamanho de um grão de arroz. O programa — realizado em associação com a empresa fabricante do chip, a sueca Biohax International — é o primeiro a ser testado nos EUA. O FDA, órgão que regulamenta medicamentos e aparelhos médicos, o aprovou em 2004, mas ninguém tinha dado o primeiro passo. Na Europa, a empresa sueca Epicenter já utiliza há alguns anos.

Com este chip vão nos controlar mais? Depende. Se quisessem, as empresas já poderiam exercer esse controle sem a necessidade de transpassar a pele. Com os sofisticados sistemas de câmeras e software de reconhecimento facial é possível ter um padrão bem claro do percurso de um funcionário e saber se um dia não cumpre as normas. Também há os beacons, sensores diminutos que agem como um farol emitindo sinais, e comunicando-se com diferentes aparelhos. Estão instalados em centros comerciais — para enviar ofertas aos clientes potenciais —, nas máquinas que dispensam bebidas e nas paradas de ônibus da região financeira de San Francisco.

O Google já o usa, sem transpassar a pele. Tanto em sua sede como em conferências. Há dois anos, no fim do evento em que apresentou suas linhas para o futuro, a empresa compartilhou dados gerais de comportamento da plateia durante os três dias que o encontrou durou. Foi possível saber quanta comida tinha sido consumida, a quantidade de idas ao banheiro, a média de passos e degraus subidos de maneira coletiva, por países, idades e sexo. E sim, também apresentaram as estatísticas pessoais, mas só para cada um. Ao inscrever-se, além de pagar 1.500 dólares, dava-se consentimento para a análise de dados do movimento no recinto.

Será que mais empresas adotarão esse exemplo do chip? Não é fácil prever. Além de autorizações adicionais, é caro, necessita do chip e de sua correspondente implantação. Para que incrustar algo quando já se carrega de série um rosto, dois olhos e digitais? Não é por acaso que os bancos começam a usar os selfies como fórmula de verificação do dono de uma conta de celular. Ou que o próximo iPhone será desbloqueado quando souber que tem seu legítimo proprietário à sua frente.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_