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Trump demite seu chefe de Gabinete e coloca um general no lugar

Reince Priebus tinha sido criticado pelo recém indicado diretor de comunicação da Casa Branca

Jan Martínez Ahrens
Trump e John Kelly, em um ato em maio passado.
Trump e John Kelly, em um ato em maio passado.Kevin Lamarque (REUTERS)
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Por Twitter e sem compaixão. Donald Trump demitiu o chefe de gabinete, Reince Priebus, um dia depois de ele ter sido insultado publicamente pelo diretor de Comunicação, Anthony Scaramucci. Em seu lugar, o presidente escolheu um de seus generais favoritos: o atual secretário de Segurança Interna, John Kelly. A demissão, após a saída na semana anterior do porta-voz, Sean Spicer, acaba com os dois principais representantes do establishment republicano na Casa Branca.

Voo livre. Donald Trump não está sujeito a nenhuma regra, apenas a seus próprios instintos. Ao descer do Air Force One, vindo de Nova York, lançou outra de sua demolidora série de tuítes. Desta vez, o resultado foi uma crise na mesma linha de flutuação de seu Governo. O cargo de chefe de gabinete é uma das posições mais delicadas de Washington, quase equivalente a um primeiro-ministro. Tem acesso ao Salão Oval e está na alquimia das grandes operações.

Apesar do enorme poder acumulado, Priebus, de 44 anos, não havia sido totalmente aceito na vertiginosa equipe de Trump e esteve muito tempo na corda bamba. Havia enfrentado o genro do presidente, Jared Kushner, e sobretudo não havia conseguido o apoio republicano que esperavam dele. Os contínuos fracassos na tramitação da reforma de saúde, que culminaram na madrugada da sexta-feira com um importante contratempo, tinham enfraquecido bastante sua posição.

A tudo isso deve ser adicionada a suspeita, nunca provada, de que Priebus, que como ex-presidente do Comitê Nacional Republicano mantinha relações fluídas com a mídia, era um dos vazadores de segredos da Casa Branca. Foi Anthony Scaramucci quem entregou publicamente as acusações esta semana, enquanto o chamava de cadáver político e o insultava em uma conversa com um repórter. "Fodido paranoico esquizofrênico", foi como o descreveu para o repórter da The New Yorker.

A prepotência e degradação que mostravam essas palavras agitaram Washington. Ninguém as defendeu, mas longe de mediar ou punir Scaramucci, o presidente foi mais longe e por Twitter decidiu se livrar do homem que desde os primeiros momentos o apoiou e abriu contatos importantes no Partido Republicano.

Priebus era uma das poucas pessoas próximas a Trump que vinham do mundo da política clássica. Desde 2010 havia presidido o Comitê Nacional Republicano, uma espécie de secretaria geral do partido, e tinha se destacado por sua capacidade de arrecadação. Quando surgiu o fenômeno Trump ele o apoiou mesmo nas piores tempestades. Tornou-se a ponte entre o emergente bilionário e a aristocracia republicana, especialmente a do Congresso, com cujo presidente, Paul Ryan, mantinha uma estreita amizade.

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