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Google vai mudar sua ‘home’ para ser mais do que um buscador

Desde 1996, o site tem apostado em uma simplicidade revolucionária, que em breve desaparecerá

O Google Now oferece um conteúdo semelhante àquele que o Google irá acrescentar ao seu buscador
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A home do Google é vista, vez por outra, como o exemplo mais duradouro de simplicidade no design. Uma logomarca, uma caixa de texto e dois botões: “pesquisa Google” e “Estou com sorte”. E só. Pelo menos assim será por mais alguns dias, quando o Google, mais de 20 anos depois, deverá mudar a sua home. Nada é para sempre.

A simplicidade característica do site dará lugar a um novo conceito, mais de acordo com os tempos atuais, mais rico em informações, mais personalizado, mas também muito mais complexo. O Google está prestes a se tornar um agregador, algo que a empresa já chegou a fazer como produto alternativo para começar a navegar com o iGoogle, nascido em maio de 2005, mas que foi desativado em novembro de 2013.

O Google irá acrescentar um conteúdo muito semelhante àquele que já é oferecido nos celulares Android que usam o Google Now, programa que exibe resultados do time preferido de futebol, basquete ou outros esportes, receitas de comida, notícias sugeridas com base no interesse do usuário e até mesmo frases no idioma local quando se está viajando.

Essa fórmula estreou em 2012, quando a empresa lançou o Nexus, um celular poderoso para aquele momento, com Android puro e que pretendia servir como padrão para a indústria. Desde então, todos os celulares e tablets com o sistema operativo original a incluem. Faz parte da visão do futuro do Google para oferecer serviços sob medida. Em dezembro, adicionou-se uma camada a mais de inteligência artificial para captar melhor os padrões de uso dos usuários.

O Google está prestes a se tornar um agregador, algo que já foi criado com o iGoogle, surgido em maio de 2005 e desativado em novembro de 2013

“Haverá cartões [nome dado aos quadros contendo informações] com destaques de esporte, notícias mais relevantes, vídeos que despertaram mais interesse, música que poderia ser do seu agrado e assuntos para se ler cada vez mais. Essa relação não irá se basear apenas na sua interação com o Google. Ela levará em conta também aquilo que está despertando interesse na sua região e no restante do mundo”, afirma Shashi Thakur, vice-presidente do buscador e encarregado do projeto.

Outra novidade será que os usuários poderão acompanhar temas específicos a partir de uma busca, uma espécie de assinatura de um tema, mas não de uma publicação. Uma opção que parece ter sido herdada do Google+, sua última tentativa de ocupar o terreno das redes sociais, até agora sem sucesso, mas com avanços técnicos interessantes.

As mudanças ocorrerão inicialmente nos EUA e pouco a pouco nos demais países

Segundo o Google, as mudanças ocorrerão inicialmente nos Estados Unidos e pouco a pouco nos demais países ao longo das próximas semanas. Se os usuários de celulares e tablets parecem habituados a essa forma de oferta de conteúdo, ainda resta a incógnita sobre qual será a reação no caso dos computadores de mesa, suporte que, por outro lado, é a forma de navegação que mais tem diminuído em comparação com o celular. O passo mais previsível na esteira dessa mudança seria a inclusão de um assistente de voz.

Os usuários poderão acompanhar assuntos a partir de uma busca, uma espécie de assinatura sobre um assunto, mas não de uma publicação

Uma das leituras que se fazem a respeito dessa mudança é de que o site quer que o usuário se identifique para acessar o serviço, para que se saiba quem está entrando a fim de oferecer serviços sob medida, mais certeiros, mas também mais parciais. Trata-se de algo que já é feito hoje em dia, quando se navega com a conta de correio ativa, por exemplo, e que serve para que se tenha um acompanhamento melhor da navegação, sobretudo quando esta é feita pelo Chrome, também criado pela empresa e que é predominante no setor. Assim se consegue fazer com que os resultados de buscas sejam diferentes para cada perfil. Algo que já ocorre, mas que não é tão evidente e que, mais adiante, afetará também o posicionamento das páginas.

O Google ficará mais complexo, menos limpo, com uma home mais próxima da do Yahoo, do MSN ou do Bing da Microsoft. Mas será mais poderoso em termos de distribuição de conteúdo e de conhecimento do usuário, podendo negociar o preço das palavras com mais dados, a fim de definir o valor de cada perfil.

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