_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

May quer se fortalecer

Primeira-ministra britânica precisa de legitimidade nas urnas antes de um duro Brexit

Theresa May, após convocar as eleições.
Theresa May, após convocar as eleições.Dan Kitwood (Getty Images)

A convocação de eleições antecipadas para o próximo 8 de junho no Reino Unido responde à lógica da primeira-ministra, Theresa May, de obter legitimidade nas urnas ante o complicado e traumático processo no qual o Brexit ameaça se transformar.

Mais informações
Bruxelas exige de Londres claros progressos no divórcio antes de falar da futura relação
Escócia pede formalmente a Londres novo referendo sobre independência

Não se pode ignorar que a primeira-ministra chegou ao número 10 da Downing Street (sua residência oficial) após a renúncia de David Cameron, derrotado no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) em junho de 2016. Desde então, May percebeu que necessita o aval de um triunfo próprio nas urnas em três frentes: ante os negociadores da UE; diante da oposição trabalhista no Parlamento britânico; e no seio do próprio Partido Conservador. No fundo, sua decisão representa a constatação de que a ruptura de Londres com os demais sócios europeus não será um processo rápido nem indolor, muito menos triunfante para os britânicos, por mais que o tenham dito os partidários do Brexit durante a campanha. Do mesmo modo, a convocação às urnas desinfla o otimismo infundado exibido por May durante esses meses com relação ao caminho que acaba de iniciar. Caberá ao Governo britânico que surgir dessas eleições anunciar acordos e decisões que semearão, no mínimo, desconcerto entre um eleitorado que recebeu promessas distintas.

Nesse contexto, teria sido ideal que essas eleições se transformassem de modo tácito num novo plebiscito sobre a permanência na UE. Mas isso não será possível por causa da deriva populista e eurocética protagonizada pelo Partido Trabalhista sob a direção de Jeremy Corbyn. A formação que aglutinava o voto jovem, urbano e progressista — ou seja, completamente contra o Brexit — deu as costas a uma parcela importante de seus votantes e abraçou o discurso isolacionista. E aí estão os resultados nas pesquisas: o Partido Conservador tem 21 pontos de vantagem sobre a legenda de Corbyn.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_