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Políticos lamentam a morte do ministro Teori Zavascki

Morte do relator da Lava Jato no STF choca Brasília às vésperas da homologação das delações da Odebrecht

O juiz federal Sérgio Moro.
O juiz federal Sérgio Moro.F. R. Pozzebom (AgBr)

A morte do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, pegou a classe política de surpresa. O magistrado estava a bordo de um avião monomotor que caiu nesta quinta-feira no mar em Paraty, no Rio de Janeiro. O ministro iria homologar ainda este mês as delações premiadas de 77 executivos e diretores da empreiteira Odebrecht, envolvida no escândalo de corrupção da Petrobras. Existe a expectativa de que estes depoimentos possam comprometes nomes importantes do establishment político, como o presidente Michel Temer (PMDB), o senador Renan Calheiros (PMDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O presidente Temer declarou luto de três dias no país. Em pronunciamento feito na noite desta quinta, ele afirmou que “associo-me a todos os brasileiros ao lamentar a perda de um homem público cuja trajetória impecável em favor do direito e da justiça sempre o distinguiu”. O peemedebista disse ainda que o ministro “era um homem de bem e um orgulho para todos os brasileiros”.

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgou nota afirmando que "é inegável e inquestionável a grande contribuição que o ministro Teori Zavascki deu ao Estado Democrático de Direito Brasileiro a partir de sua atuação como magistrado".,

Sérgio Moro, magistrado responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, lamentou o acidente. “Estou perplexo. Ele foi um grande magistrado e um herói brasileiro, exemplo para juízes, promotores e procuradores”. A nota do juiz diz ainda que “sem ele não teria havido a Operação Lava Jato”. "Espero que seu legado, de serenidade, seriedade e firmeza na aplicação da lei, independente dos interesses envolvidos, ainda que poderosos, não seja esquecido", conclui Moro.

Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nota na qual se diz "profundamente impactado com a tragédia que envolveu o ministro Teori e outros passageiros do mesmo voo". Referindo-se à crise política no país, o senador tucano disse que "o Brasil tem uma grande dívida de reconhecimento e gratidão com o ministro pela forma equilibrada e responsável com que ele conduziu um dos momentos mais difíceis da história do país".

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) afirmou que hoje o país perde “um grande brasileiro”. “Como juiz e cidadão, Teori se consagrou como um intelectual do Direito, zeloso das leis e da Justiça. Tive o privilégio de indicá-lo para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), com ampla aprovação do Senado. Desempenhou esta função com destemor como um homem sério e íntegro”.

O ministro da Casa Civil do Governo, Eliseu Padilha, usou o twitter para lamentar o ocorrido. "Teori Zavascki, um dos mais brilhantes Ministros do STF, morreu. Os brasileiros perdem um exemplar cidadão e um Magistrado qualificadíssimo". Exista a expectativa de que o nome de Padilha será um dos citados nas delações da Odebrecht.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou em nota que o Brasil "perdeu hoje um cidadão que honrou a magistratura em todos os pontos que ocupou". "Minha solidarierada à família do ministro e aos membros do STF", escreveu o ex-presidente, que também é réu na Lava Jato.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), outro investigado pela Lava Jato, também se manifestou em nota. "Trata-se de um magistrado que ganhou respeitabilidade pelo senso de justiça, legalismo, equilíbrio e devoção às leis. O Brasil, a sociedade e o mundo jurídico perdem um de seus maiores expoentes".

Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou em nota que "o Brasil perde um homem da Justiça; os brasileiros, um dos protagonistas da Justiça. Teori Zavascki era uma das pessoas mais lúcidas e coerentes do Judiciário". De acordo com o tucano, o ministro era "um humanista, tolerante e atencioso com as pessoas e suas diferentes formas de pensar, era modelo de sobriedade do magistrado".

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em nota que "o ministro engrandeceu o Supremo Tribunal Federal com uma postura firme, discreta e justa (...) dirijo meus pensamentos e orações aos familiares e aos milhares de brasileiros que compartilham o sentimento de grande tristeza".

Os procuradores que integram a força-tarefa Lava Jato na Procuradoria da República no Paraná divulgaram nota na qual lamentam o falecimento "do magistrado e professor Teori Albino Zavascki". "O ministro Zavascki teve uma trajetória profissional marcada pela lisura e pela seriedade. Sua atuação firme na relatoria da operação honrou o Supremo e foi um louvável serviço prestado ao país".

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, divulgou nota afirmando que “o ministro Teori foi um homem sereno, firme, equilibrado, corajoso e de grande integridade. Seu falecimento representa uma grande perda para o país”.

Em nota, o ex-presidente José Sarney (PMDB) afirmou que tinha grande admiração por Zavascki, e que o ministro era "um magistrado sério, correto e brilhante", além de ter prestado "um grande serviço à magistratura brasileira com sua experiência, e cultura jurídica".

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) usou o twitter para homenagear Zavascki. “Participei da sabatina do ministro Teori na CCJ. Fui para o plenário para votar "sim" com a convicção de que o STF ia receber um juiz culto, equilibrado e justo. Sua atuação só fez confirmar esse sentimento”.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-MT), disse que o ministro "foi um grande homem público que ganhou o respeito de toda a sociedade brasileira pela maneira austera, competente e equilibrada com a qual pautou as suas decisões, mesmo nas situações mais delicadas desse país".

Randolfe Rodrigues, senador da Rede pelo Amapá, afirmou que "a condição do Ministro Teori Zavascki, por ser membro do STF e relator da Lava-jato, a maior operação de combate à corrupção do país, exige uma investigação detalhada, célere e independente do ocorrido". O parlamentar afirmou que irá solicitar a criação de uma comissão externa no Congresso para investigar o ocorrido.

José Eduardo Cardozo, ex- Ministro de Estado da Justiça e ex-Advogado-Geral da União durante o Governo de Dilma, afirmou que "a morte de Teori Zavascki é uma grande perda não apenas para o Poder Judiciário, mas para todo o país”. De acordo com ele, Zavascki “foi um dos homens mais dignos que tive oportunidade de conhecer em toda minha vida

O Tribunal Superior Eleitoral, presidido pelo colega de Zavascki no STF Gilmar Mendes, divulgou nota afirmando que "a experiência e excepcional capacidade de Zavascki como magistrado, a seriedade e a cordialidade no convívio eram suas principais características, sumamente reconhecidas por todo o meio jurídico e acadêmico".

Em nota, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), líder da bancada petista na Câmara, afirmou que "merecem ser ressaltadas algumas das virtudes do ministro, como a ferrenha defesa dos direitos fundamentais, o notório domínio das letras jurídicas e a discrição". "Lamentamos a perda das três vidas no acidente aéreo no litoral de Paraty e expressamos nossa solidariedade às famílias das vítimas".

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