Oposição asfixiada
Maduro ameaça confiscar bens dos empresários caso apoiem a greve geral
O regime de Nicolás Maduro continua empenhado numa perigosa e cínica fuga para frente: se por um lado se reúne com o Papa e supostamente aceita um processo de mediação, por outro aumenta até a asfixia o acosso à oposição.
Suas últimas ameaças, de confisco dos bens dos empresários que apoiarem a greve geral convocada na quinta-feira pela oposição, assinalam um novo marco na aberrante deriva autoritária que o regime empreende desde que perdeu as eleições legislativas em dezembro do ano passado.
Passo a passo, Maduro destruiu a escassa institucionalidade que havia no país, esvaziando o conteúdo do termo democracia; ignorou o Parlamento, ao qual despojou de seus poderes, e se apoiou num Supremo Tribunal de Justiça feito sob medida para validar umas tantas armadilhas de que necessita para se manter no poder. E ainda por cima impediu a única via constitucional que restava à oposição para conseguir sua saída: o referendo revogatório, instrumento concebido pelo próprio Chávez que agora Maduro bloqueou graças às artimanhas do Conselho Nacional Eleitoral, também submetido aos seus desígnios.
O último instrumento à disposição da oposição é o processo de destituição do presidente, também previsto na Constituição, que sem dúvida Maduro também bloqueará, impedindo qualquer possibilidade de mudança e abrindo perigosamente, na ausência de uma mediação frutífera, as portas para um confronto.
Opor-se ao regime de Maduro não é fácil: paga-se com a cadeia, a detenção arbitrária, a intimidação física ou o confisco de bens. Mas a cada dia que passa as razões da oposição são mais fortes, os argumentos do regime mais frágeis e seu apoio internacional mais escasso. Se continuar unida, a oposição certamente vencerá.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.