Agência Espacial Europeia afirma não saber se a nave pousou em Marte
Falha ocorreu durante a abertura do paraquedas do módulo espacial ‘Schiaparelli’, durante a aterrissagem
Os responsáveis pela missão ExoMars ainda não sabem se o módulo de aterrissagem em Marte caiu e desconhecem quais são as probabilidades de isso ter acontecido. O pouso do módulo espacial Schiaparelli estava previsto para esta quarta-feira.
“É muito difícil saber o que aconteceu, ainda não podemos confirmar em que condições aterrissou; ainda estamos analisando a informação, mas não temos nenhum dado enviado da superfície”, respondeu o chefe de operações Andrea Accomazzo durante uma entrevista coletiva no Centro de Controle da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), em Darmstadt (Alemanha).
Os engenheiros passaram a noite analisando os dados de telemetria do Schiaparelli recebidos pelo Orbitador para Traços de Gás, TGO. De acordo com esses dados se sabe que a nave entrou corretamente na atmosfera de Marte e que as primeiras fases da aterrissagem transcorreram bem. O escudo térmico freou a queda e depois se desprendeu conforme o previsto e os paraquedas abriram a tempo, segundo Accomazzo. As leituras começam a desviar-se do “esperado” no momento de desprendimento dos paraquedas. A partir daí “a nave não se comportou como devia”, detalhou.
A fase seguinte da aterrissagem, o acionamento dos foguetes, não foi correta. “Sabemos que os foguetes foram acionados, mas por menos tempo do que deviam, uns dois ou três segundos, e não sabemos se todos os foguetes funcionaram”, disse Accomazzo. A ESA tem certeza de que a nave tocou o solo, mas não há nenhuma transmissão dela da superfície.
Os responsáveis pela missão vão continuar analisando os dados de telemetria para verificar o que aconteceu com a nave, mas é “difícil predizer” se vão conseguir, reconheceu Accomazzo. “Minha intuição é que vamos entender o que ocorreu”, explicou depois.
A situação põe em dúvida a viabilidade de toda a missão ExoMars, um projeto conjunto da Agência Espacial Europeia (ESA) e da russa Roscosmos, com um orçamento de 1,3 bilhão de euros (4,5 bilhões de reais) e cujo objetivo é procurar vida em Marte. O módulo Schiaparelli deveria testar as tecnologias de aterrissagem necessárias para chegar a Marte com um veículo de exploração móvel em 2021
“Sabemos que os foguetes foram acionados, mas por menos tempo do que deviam, uns dois ou três segundos, e não sabemos se todos os foguetes funcionaram”
“Na próxima semana” vamos reavaliar a situação para ver “quanto dinheiro mais será preciso solicitar aos estados membros da ESA a fim de levar adiante o projeto”, disse Jan Woerner, diretor-geral da agência. A ESA reúne 22 países europeus.
Em 2003, a sonda orbital Mars Express levava consigo o módulo de aterrissagem britânico Beagle 2, que se perdeu durante a aterrissagem sem deixar pistas até o ano passado. Até agora só os Estados Unidos tinham conseguido aterrissar com sucesso naquele planeta. Em 1971, a extinta União Soviética conseguiu pousar uma nave na superfície do planeta, mas a comunicação com o Mars 3 só se manteve durante 15 segundos.
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