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Assembleia Geral da ONU referenda Antonio Guterres como novo secretário-geral

Mandato de cinco anos terá grandes desafios, como a guerra na Síria e a própria reforma da ONU

Amanda Mars
Ban Ki-moon abraça Antonio Gtuterres, seu sucessor como secretário-geral da ONU.
Ban Ki-moon abraça Antonio Gtuterres, seu sucessor como secretário-geral da ONU.LUCAS JACKSON (REUTERS)

A Assembleia Geral das Nações Unidas referendou por aclamação nesta quinta-feira o político português Antonio Guterres como secretário-geral da organização, como sucessor do sul-coreano Ban Ki-moon. Em discurso à Assembleia, Guterres descreveu a ONU como a principal instância de “diplomacia para a paz" e se comprometeu a exercer seu cargo para todos os membros da organização.

Ele tem pela frente um mandato de cinco anos infestado de incêndios – como a divisão das grandes potências por causa da guerra da Síria – e desafios, entre eles a reforma da própria organização, nascida há 71 anos. "Quando estudava história no colégio, as guerras acabavam com vencedores, agora só há perdedores, as guerras duram, se inter-relacionam e fomentam o ódio e o terrorismo”, lamentou o futuro chefe das Nações Unidas.

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Guterres “é a opção perfeita para aproveitar os progressos obtidos no passado e confrontar os desafios e incertezas do futuro”, afirmou durante a reunião o atual secretário-geral, Ban, que chegou ao cargo em 2006 e cumpriu dois mandatos. O político português é bem avaliado especialmente por seus dotes diplomáticos e por seu trabalho até alguns meses atrás como diretor da Agência da ONU para os refugiados.

Guterres foi proposto na semana passada pelo Conselho de Segurança, o órgão que tem o verdadeiro poder da nomeação, e comandará a organização a partir do primeiro dia de 2017. A campanha para o nono chefe da instituição fosse finalmente uma mulher não frutificou. “Guterres acabou sendo o melhor candidato dentro deste processo histórico”, disse o presidente da Assembleia Geral, Peter Thomson.

Foi a eleição mais transparente até hoje, com propaganda dos candidatos existentes – havia 13 – e sabatinas com eles, embora o poder estivesse de fato nas mãos dos cinco membros permanentes do Conselho (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), que têm poder de veto.

Samantha Power, embaixadora dos EUA, comentou com humor que “ser mulher não é uma das muitas virtudes do senhor Guterres”, mas confiou em que ele cumprirá sua promessa de equilibrar a presença masculina e feminina numa organização controlada basicamente por homens. Dos 189 representantes nacionais, apenas 37 são mulheres; e, entre os membros do Conselho de Segurança, só há uma embaixadora, justamente Power.

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