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Ato contra Temer em São Paulo acaba sem violência no 7 de setembro

Veja como foi a cobertura minuto a minutos dos protestos na capital paulista e em outras cidades

Multidão protesta em São Paulo, nesta quarta.
Multidão protesta em São Paulo, nesta quarta.Paulo Pinto (AGPT)

O protesto anti-Temer em São Paulo, marcado para este 7 de setembro, terminou de maneira pacífica, apesar da polícia ter se mantido presente o tempo todo, seja com tropas perto dos manifestantes, ou com um helicóptero da corporação acompanhando o trajeto dos jovens que participaram do ato. Alguns profissionais de imprensa que chegavam de metrô à região da praça da Sé, onde teve início o ato marcado para as 14 horas, foram intimidados por agentes da polícia. Um deles foi ameaçado de ser detido por estar com capacete e máscara antigás na mochila. Fotógrafos se aproximaram da polícia para questionar a detenção e a polícia acabou deixando ele ir embora.

O EL PAÍS acompanhou ao vivo a manifestação que saiu da Sé, subiu a Brigadeiro Luís Antônio, passou pela avenida Paulista e terminou na Praça da República, por volta das 19h30. Durante todo o trajeto, havia uma dúvida pairando. Iria haver algum conflito com a polícia, como aconteceu no domingo (4)? Alguns aspectos faziam crer que sim: nenhum trajeto havia sido previamente acordado com a Polícia Militar, a barreira policial para revista dentro da estação Sé e a presença permanente de um cordão de jovens vestidos de preto e com máscaras, com estética dos black blocs, que marchou o tempo todo à frente da manifestação.

Conforme o dia foi passando, contudo, o policiamento mostrou-se menos ostensivo, sempre acompanhado de longe. Ao contrário da manifestação deste domingo, organizada por dois grandes movimentos sociais, e que contou com a presença maciça de famílias, o ato desta terça era formado basicamente por jovens de organizações independentes. Enquanto o deste final de semana reuniu dezenas de milhares de pessoas, o ato desta quarta reuniu um grupo bem menor. Em sua maioria, eram jovens estudantes. No momento de maior público, quando passava na Paulista, no final da tarde, havia aglomeração de gente em em apenas uma das pistas de um dos quarteirões da avenida, perto do MASP.

A pauta principal dos manifestantes era o "Fora Temer" e eleições diretas. Não havia uma liderança clara, nenhum caso de repressão de policiais ou incidente foi registrado ao longo de todo o dia. Um dos garotos, de 19 anos, que marchou todo o tempo na frente do ato, contou fazer parte de um grupo antifascista e ser adepto da tática black bloc. Ele, que pediu para não ser identificado, garantiu que estavam ali para proteger os manifestantes de eventuais abusos da polícia e se disse feliz e aliviado de ter chegado ao final sem incidentes. Apesar do número não tão expressivo de pessoas, o ato foi marcado por ser um dos primeiros, desde o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, a não ter registrado repressão policial sobre os manifestantes.

Dia da Independência

O dia foi palco de uma série de protestos. Em algumas cidades, o tradicional "Grito dos Excluídos", que congrega diferentes movimentos sociais, e tem o objetivo de denunciar a exclusão social todo dia 7 de stembro, viraram atos contra o Governo de Michel Temer. Além do protesto acompanhado pelo EL PAÍS, pelo menos mais um ato expressivo aconteceu em São Paulo.

Na parte da manhã, outra manifestação, desta vez organizada por movimentos sociais, e com a presença do prefeito Fernando Haddad (PT) e do ex-senador Eduardo Suplicy, contou com manifestantes caminhando da Avenida Paulista até o Parque Ibirapuera. Segundo os organizadores, 15.000 pessoas estiveram presentes.

Em Brasília, também de manhã, durante o desfile militar, que comemora o Dia da Independência, o presidente Michel Temer abriu mão de desfilar em um Rolls-Royce conversível, como é tradição, por motivos de segurança. Ao final, Temer, que compareceu ao evento sem usar a faixa presidencial, foi vaiado por manifestantes contrários ao seu Governo.

Outros atos expressivos aconteceram em diferentes cidades brasileiras, como Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE).

Veja aqui como foi a cobertura completa dos protestos e manifestações neste 7 de setembro:

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