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O porta-bandeira cubano: 130 quilos de ouro

Apesar de seu vício em arroz com feijão e nos guisados, o mestre da luta, Mijaín López, afirma que chega ao Rio em forma

Mijaín López, em 2012.
Mijaín López, em 2012.prisa
Pablo de Llano Neira

Neste dia 5, um muro de ébano com 1,96 de altura e 130 quilos levou a bandeira de Cuba na abertura. Ele o fez pela terceira vez consecutiva nos Jogos. Mijaín López, 33 anos, ouro em Pequim 2008 e em Londres 2012 em luta greco-romana, encabeça a delegação cubana, que tentará ultrapassar as 14 medalhas conquistadas na Inglaterra. Um de seus homens-fortes será este afro-cubano de Pinar del Río, de nome russo e metre consagrado em uma modalidade surgida antes de Jesus Cristo.

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“Nos Jogos quem dança sou eu”, disse ela, confiante na possibilidade de ganhar o seu terceiro ouro, em entrevista recente à Radio Havana. E afirma ter executado rigorosamente o seu programa de treinamento e que chega ao Rio de Janeiro com o peso sob controle, apesar de sua tendência de ganhar peso facilmente. “Ele é louco pelo congrí [arroz com feijão] e o guisado de carneiro”, admitiu sua mãe, Leonor Nuñez à agência France Presse.

Os dois principais adversários do lutador serão o turco Riza Kayaalp, único atleta que já o derrotou em uma competição importante nos últimos anos, e o ucraniano Aleksander Chernetski. O cubano tem a seu favor a experiência em eventos maiores.

Esse esporte foi implantado em Cuba a partir da Revolução. A chegada de técnicos da União Soviética foi fundamental para criar lutadores cubanos. O russo esteve bastante presente, a começar pelo seu próprio nome, na carreira de Mijaín López. Foi em Moscou que ele participou pela primeira vez de um Campeonato Mundial (1992) e, em sua estreia nas Olimpíadas (em Atenas, em 2004), conseguiu avançar até as quartas-de-final, quando perdeu para Khasan Baroev, desde então o seu maior rival na categoria acima de 120 quilos.

López firmou a sua liderança na segunda metade dos anos 2000, colecionando mundiais e conquistando o seu primeiro ouro em Londres, batendo, na final, o seu velho inimigo Baroev. Quatro anos depois, voltou a ser campeão em Pequim, derrotando na final o estoniano Heiki Nabi. Oito vezes campeão do mundo, dez vezes campeão de Cuba, considerado sete vezes em seu país como o atleta do ano, Mijain López tem presente em sua mente o desafio final de sua carreira, que é o terceiro ouro seguido, uma marca que somente seis gladiadores alcançaram em toda a história olímpica.

Apesar de seu vício em arroz com feijão e nos guisados, o mestre da luta afirma que chega ao Rio em forma

Corpulento, porém técnico e veloz, o Hércules cubano também poderia ter se tornado um peso pesado do boxe, que era o que muitos o aconselhavam a ser quando jovem. Seus dois irmãos enveredaram por esse esporte, e um deles, Michel López, foi bronze em Atenas 2004. Mijaín conta que, em sua casa de Pilar del Rio, seu pai tem três estacas enfiadas numa parede para ir pendurando as medalhas de seus filhos. Por enquanto, a mais cheia é a do caçula, o monarca negro greco-romano.

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