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Hillary confirma Tim Kaine, hispanófono, como número dois

O senador da Virgínia, candidato à vice-presidência, pode ajudar a captar o voto centrista do Sul

Hillary e Kaine, em ViriginiaFoto: reuters_live | Vídeo: CARLOS BARRIA (REUTERS) / QUALITY

Hillary Clinton confirmou Tim Kaine, um senador hispanófono e ex-governador da Virginia, como candidato democrata à vice-presidência na eleição presidencial de novembro. Kaine (Saint Paul, Minnesota, 1958), é uma aposta centrista para a campanha de Clinton, cujos discursos e promessas eleitorais deram uma guinada gradual para a esquerda, para captar o voto mais progressista que apostou por seu rival nas primárias, Bernie Sanders.

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“Fico emocionada ao anunciar meu companheiro de chapa, Tim Kaine, um homem que dedicou a vida a lutar pelos demais”, disse Clinton em sua conta no Twitter. Kaine, acrescentou, “é um otimista implacável que acredita que nenhum problema é insolúvel caso se trabalhe para resolvê-lo”.

Kaine, um homem branco muito católico, pode atrair o eleitor centrista ou conservador do Sul que não quiser votar no controvertido candidato republicano Donald Trump, desde quinta-feira candidato oficial à Casa Branca ao lado do governador de Indiana, Mike Pence, da ala direita dos republicanos. O escolhido por Clinton é um animal de partido, ex-presidente do Comitê Nacional Democrata.

Senador influente, Kaine é originário de um swing state, ou seja, um Estado pendular que oscila entre a esquerda e a direita nas eleições e, portanto, é fundamental nas eleições, embora nos últimos anos venha sendo mais democrata. Suas mudanças demográficas também são consideradas um avanço em relação ao que acontece no conjunto do país. Na semana passada, Clinton esteve na Virginia com Kaine em um ato de campanha. “Estamos listos para Hillary”, disse ele no palco. “Se vocês querem dizer que apoiam em espanhol, é assim que se diz”, incentivou o público traduzindo o slogan Ready for Hillary. O senador foi professor numa escola jesuíta em Honduras durante seus tempos de universidade e representa uma relação com os eleitores hispânicos; é uma aposta que aproxima Clinton ainda mais do voto latino (junto ao qual já tem força).

Em 2008 Kaine fez parte do grupo de potenciais companheiros de chapa de Barack Obama, que finalmente escolheu Joe Biden. O escolhido é uma decepção para os setores mais progressistas do Partido Democrata, que teriam preferido figuras como Elizabeth Warren, senadora de Massachusetts e ícone da esquerda, ou Cory Booker, senador de Nova Jersey e figura ascendente que é apontado como o futuro novo Barack Obama.

Sobre questões como o aborto, Kaine declarou seu pensamento “católico tradicional”, mas respeitou os direitos das mulheres, assim como é contra a pena capital, mas como governador da Virgínia assinou sentenças de morte.

Próximo da Espanha

Se Clinton ganhar a eleição, o vice-presidente norte-americano seria uma pessoa próxima da Espanha. Kaine é copresidente do Fórum Espanha-Estados Unidos, que é realizado anualmente e reúne líderes empresariais e políticos para abordar a promoção empresarial e financeira entre os dois países. No mês passado, precisamente Kaine participou do último encontro do grupo, na véspera da viagem de Barack Obama, e desenvolveu uma boa relação com o rei Felipe, que participou muitas vezes das reuniões do Fórum.

Terminada a convenção republicana na quinta-feira em Cleveland, é o Partido Democrata que inicia o seu conclave na segunda-feira, na Filadélfia, para formalizar a candidatura de Clinton. A ex-secretária de Estado aparecerá rodeada pelas grandes figuras da formação, como Obama, Biden e seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, e seu rival até recentemente, Bernie Sanders.

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