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O machismo em Hollywood, em 8 histórias

Reunimos os depoimentos de algumas das mulheres que levantaram a voz contra a desigualdade de gênero no cinema

Lea Michele, 29 anos, conhecida pelo seu papel na série ‘Glee’, contou ao ‘The Hollywood Reporter’: “Antes de conseguir o papel em ‘Glee’, uma porção de gente me disse que eu não era bonita o bastante e que tinha de mudar a minha aparência. Aos 15 anos, o meu agente me disse que eu tinha de fazer uma cirurgia no nariz. Ele já não é mais o meu representante, por várias razões”.Cordon Press
Kate Beckinsale, 42, atriz de ‘Pearl Harbor’, contou no programa ‘The Graham Norton Show’: “Não acho que eu me adapte bem do tipo de atriz que Michael Bay tinha conhecido antes de mim. Acho que ele se sentia perturbado, porque os meus peitos não eram maiores do que a minha cabeça e eu não era loira. Quando estávamos divulgando ‘Pearl Harbor’, perguntaram a ele por que havia escolhido Ben Affleck e Josh Hartnett, e ele disse: ‘Trabalhei com Ben antes e gosto dele, e Josh é bastante viril e um ator maravilhoso’. Quando lhe perguntaram sobre mim, ele disse: “Kate não é atraente o bastante para afastar a clientela feminina”. Ele disse isso em todos os lugares por onde passamos”.Cordon Press
Maggie Gyllenhaal, 38 anos, atriz que atuou em filmes como ‘Donnie Darko’, afirmou ao portal The Wrap: “Existem coisas realmente decepcionantes nessa coisa de ser atriz em Hollywood que não deixam de me surpreender. Tenho 38 anos de idade e há pouco tempo atrás me disseram que estava velha demais para fazer o papel de amante de um homem de 55 anos. Fiquei surpresa, me senti mal, fiquei muito brava, mas depois acabei dando risada”.Cordon Press
Lena Dunham, 30 anos, produtora e atriz da série ‘Girls’, contou para ‘The Hollywood Reporter’: “Embora se imagine que eu jamais iria ouvir isso, escutei um rapaz do meu programa dizer no seu microfone: ‘Odeio este trabalho quero voltar a trabalhar em um espetáculo que seja dirigido por um homem’. Mais tarde, esse rapaz se aproximou de mim na hora do almoço e me disse: “Está aproveitando bem o bufê, hein!”.Cordon Press
Naomi Watts, 47 anos, durante seu discurso ao receber o prêmio Elle Women: “A parte mais importante do sucesso, para mim, é saber escolher, em todas as profissões... Por falar em escolhas, outro dia minha agente me chamou, assustada, encantada com o fato de que tinham me oferecido o meu cachê completo pela primeira vez em nove anos. Depois fui ler o roteiro... Era provavelmente o mais chauvinista, explorador e mal escrito do mundo. Ainda assim, no papel proposto eu utilizaria toda a força dos meus músculos para derrotar uma outra mulher, uma canseira tão intensa que ao final acabaria fazendo sexo com uma senhora de 60 anos de idade cujas nádegas seriam interpretadas por uma ginasta. Ainda estou em dúvida se deveria ter aceito o trabalho ou não”.Cordon Press
Jennifer López, 46 anos, contou ao ‘The Hollywood Reporter’: “Deram-me o epíteto de diva, que nunca achei que merecesse –que não mereço—porque sempre fui uma grande trabalhadora fazendo aquilo que se supõe que eu deva fazer, e ao mesmo tempo consegui esse rótulo porque se chega a acumular uma certa quantidade de sucessos... Ou até mesmo senti às vezes que não podia expressar minha opinião porque certos diretores e o clubinho de meninos que eles formam são capazes de fazer com que eu me sinta como ‘oh!, não posso dizer nada”. Sempre fui fascinada pela maneira com que um homem pode chegar atrasado ou ser violento com uma equipe e que isso seja totalmente aceitável. No entanto, se eu atraso 15 minutos, me dão uma bronca. Assim como você nunca tem autorização para ter opiniões ou estar apaixonada por alguma coisa, quando eles dizem ‘Deus do céu, ela é realmente difícil’. É como... Eu? Eu sou difícil porque me preocupo com as coisas?”Cordon Press
Maisie Williams, 19 anos, conhecida por seu papel de Arya Stark em 'Game of Thrones', confidenciou ao ‘The Evening Standard’: “Há uma grande quantidade de papeis, como “a namorada”, a “menina gostosa” nos filmes ou nas séries de TV. Vi com os meus próprios olhos e sempre os li. Seria algo assim como “Derek: inteligente, bondoso com as crianças, divertido, realmente bom... e depois ele diz, Sandra: gostosa, uma gracinha”. E isso é tudo o que colocam. É assim que os personagens são descritos. Portanto, em um teste, a personagem “gostosa” não é, na verdade, uma pessoa. Isso é o que eu vejo, e é isso que tem de mudar. Espero que, se nos recusarmos a interpretar esses personagens, eles deixem de ser escritos”.Cordon Press