Messi: “Me dedico a jogar futebol e confio em meu pai”
O atacante do Barça se desvincula dos negócios e só responde às perguntas de seus advogados
Ou não se lembra ou não sabe de nada. Lionel Messi declarou, nesta quinta-feira, em seu depoimento como acusado de fraude fiscal, seu absoluto desconhecimento quanto aos aspectos econômicos de sua trajetória profissional. Sabia que ganhava por seus direitos de imagem, mas ignorava que impostos tinha de recolher ou se devia fazê-lo. Perguntado pela promotora Raquel Amado sobre o IRPF dos três anos em que sonegou 4,1 milhões de euros (cerca de 16,5 milhões de reais), Messi respondeu de forma que não deu lugar a outros questionamentos: “Não sabia. Eu me dedicava a jogar futebol, confiava no meu pai”.
O depoimento de Messi durou apenas 15 minutos. Por conselho de seus advogados, não respondeu às perguntas da Advocacia do Estado, que é a única parte a acusá-lo: pede a ele uma pena de prisão um pouco menor do que dois anos de cadeia. Respondeu, por sua vez, a um breve interrogatório da Promotoria, que considera, ao contrário, que ele deve ser inocentado porque era seu pai, Jorge Horacio Messi (também acusado), quem se encarregou de administrar as empresas em paraísos fiscais que permitiram a fraude.
O jogador do Barça respondeu à maioria das perguntas com monossílabos. “Chegou a ter alguma conversa com os advogados?”, lhe perguntou a promotora. “Não, nunca.” “Perguntava ao seu pai se tinha de pagar impostos?” “Não, nunca conversei com ele sobre o assunto.” Messi nem sequer sabia, segundo sua versão, que era proprietário e administrador da empresa Jenbril, apesar de isso constar nos documentos e de sua empresa aparecer em alguns dos contratos. “Então, quando assinava estes contratos”, insistiu a promotora, “os assinava no escuro?” “Assinava porque confio em meu pai e em nenhum momento me passou pela cabeça que ele fosse me enganar. Os advogados faziam dessa maneira.”
“Não sei de nada, nunca me interessei por isso, sinceramente”, destacou Messi sobre o pagamento de impostos. Se, além disso, assinava sem ler o que assinava, muito menos sabia da estrutura societária criada para ocultar as receitas milionárias vindas de seus direitos de imagem. “Sabia se o dinheiro ia primeiro a uma empresa da Suíça, depois do Reino Unido e então do Uruguai?”, disse a promotora. “Não, não sabia. Sabia que assinávamos acordos com diferentes patrocinadores que davam x quantidade de dinheiro, que eu tinha de fazer anúncios, fotos e coisas assim. Mas para onde ia o dinheiro, não tenho nem ideia.”
Messi foi depor apenas hoje e não tem previsão de fazê-lo na sexta-feira, dia 3. Antes, teve de ouvir as explicações dos peritos da Fazenda durante quase três horas. Primeiro se mostrou tranquilo, a maior parte do tempo com a cabeça baixa. Mas, à medida que avançavam as explicações dos especialistas, mostrou-se mais inquieto, esticando as pernas e movendo os pés no banco dos réus, esperando sua vez.
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