Sites que carregam mais rápido em celulares já estão disponíveis no Google
As páginas estão escritas em um formato que multiplica por quatro a velocidade
Em 2015, 47% dos celulares no mundo tinham conexão de banda larga. Em 2020, essa parcela será de 71%. Apesar do aumento do acesso, muitos sites, especialmente aqueles que, acompanhando a demanda dos leitores, incorporam cada vez mais imagens e vídeos, ainda levam muito tempo para carregar. A partir de agora, caso os sites estejam escritos no formato AMP (sigla em inglês de Páginas Móveis Aceleradas), a velocidade na tela do celular será quatro vezes mais rápida do que nas páginas convencionais.
Essa é a promessa para as conexões 3G dos criadores do padrão AMP, projeto liderado pelo Google com o objetivo de reduzir o consumo de dados. Em média, o consumo é dez vezes menor em um site AMP do que no convencional. O Google e seus parceiros no projeto, a maioria meios de comunicação e plataformas digitais, anunciaram nesta quarta-feira que os sites AMP vão aparecer indexados no maior motor de busca do mundo.
Além do Google, empresas de tecnologia como Twitter, plataformas como o Pinterest, LinkedIn e WordPress; empresas que oferecem soluções analíticas, tais como Adobe e Chartbeat, e grupos de mídia como a BBC, The Washington Post e Frankfurter Allgemeine publicarão conteúdo no novo padrão. A lista de meios de comunicação pioneiros inclui, além do EL PAÍS, como único veículo em espanhol, Die Zeit e FAZ (Alemanha), Les Echos (França), NRC Media (Holanda), La Stampa (Itália), e The Financial Times e The Guardian (Reino Unido).
A velocidade do formato tem como objetivo cativar criadores de conteúdo e plataformas digitais para que gerem sites que, além de carregarem quase que instantaneamente, deslizem bem na tela do celular e evitem os saltos e as lacunas em branco das imagens que ainda não tenham sido carregadas entre os blocos de texto. O formato, ainda na versão 1.0, é o primeiro universal e em código aberto: está disponível gratuitamente para qualquer programador que queira usá-lo no repositório GitHub, que oferece o código-fonte e exemplos de programação.
A empresa do motor de busca também permitirá que o programador de um site AMP possa acessar os dados do Google, que irá fornecer informações precisas sobre as páginas criadas nesse formato e mostrar quais foram indexadas. Também ajudará o programador a detectar erros na programação do site. Graças a uma ferramenta de análise, os veículos também poderão conhecer o número de páginas vistas (e por quantos usuários), além do tempo que permanecem em cada um.
Os anunciantes são outro setor convidado a adotar o novo formato. A publicidade sofre nos celulares. Não só devido aos bloqueadores de anúncios, mas também porque muitos dos formatos nasceram antes do surgimento dos smartphones e, ao impedir o carregamento e leitura dos artigos, podem fazer com que o leitor se canse de ler e saia da página. As páginas AMP prometem aliviar o problema e trazem a possibilidade de carregar publicidade (incluindo formatos próprios para dispositivos móveis) a partir de vários servidores, localizar bem um anúncio na notícia e verificar como são vistos no celular.
118 milhões de reais para projetos na web
O Google apresentou a iniciativa AMP em outubro do ano passado, em Londres e Nova York, e já conseguiu a adesão de 38 grandes meios de comunicação internacionais ao projeto, entre os quais o EL PAÍS, para criar em conjunto um formato adequado para informações lidas no celular.
O projeto faz parte da Digital News Initiative, uma estratégia ambiciosa na qual o Google está investindo cerca de 650 milhões de reais no mundo da informação em constante transformação. Na primeira rodada de financiamento, anunciada nesta quarta-feira em Paris, o presidente-executivo da empresa, Sundar Pichai, destinou cerca de 118 milhões de reais para projetos de inovação de 128 meios de comunicação e organizações de 23 países.
Entre eles se destaca o da startup alemã Spectrum, que irá construir uma ferramenta de inteligência artificial para que os veículos enviem conteúdo aos leitores através de aplicativos de mensagens, como também o projeto HERTZ da PRISA Radio (PRISA é a empresa que controla o EL PAÍS), que ajudará a encontrar no Google programas de rádio on-line, que muitas vezes se perdem nas páginas secundárias do motor de busca.
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