9 fotosOs grandes achados científicos de 2015A edição do DNA no sistema imune, a água em Marte e a vacina contra o ebola são algumas das descobertas que a ciência fez neste ano Madrid - 29 dez. 2015 - 17:26BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinBlueskyLink de cópiaEm novembro de 2014, a nave 'Rossetta' aterrissou pela primeira vez na história em um cometa: o 67P/Churyumov-Gerasimenko. Desde então, e ao longo de todo o ano, enviou à Terra dados de seus achados mais importantes. Só algumas semanas após a aterrissagem saberíamos que havia encontrado rastros de água no cometa. Depois, descobriu 16 compostos orgânicos que se consideram cruciais para o desenvolvimento da vida. Isto reforça a teoria de que os ingredientes da vida chegaram à Terra carregados por um cometa. Em outubro passado, 'Rosetta' informou de que havia encontrado partículas de oxigênio, o que se considerou também uma meta histórica porque, embora a quantidade tenha sido muito pequena, só sua presença contribui dados inovadores sobre a origem do Sistema Solar.NASAOs cientistas do maior acelerador de partículas do mundo, o LHC de Genebra, descobriram neste ano uma nova partícula: o 'pentaquark'. O achado confirma a existência de uma nova forma de organizar a matéria a nível subatómico. O 'pentaquark' recebe esse nome porque é composto de cinco partículas fundamentais. Toda matéria se organiza a nível subatómico de diferentes maneiras. Os prótons e os nêutrons, por exemplo, estão formados por três quarks. Sabia-se que a matéria podia se compor de outras variantes mais exóticas, mas até agora elas não haviam sido observadas ainda. Seguramente, acrescentam os cientistas, não há só um tipo de 'pentaquark', mas vários, e agora resta pesquisá-los.ULY MARTÍNEm setembro foram achados na África 1.500 ossos que pertenciam a uma nova espécie humana. Era o 'Homo naledi', o passo intermédio entre os chimpanzés erguidos e os australopitecos que, segundo a maioria do especialistas, foi de onde surgiu o gênero Homo. Os naledi mediam 1,5 metros e pesavam cerca de 45 quilos.Tinham o corpo estilizado e traços humanos, como a capacidade de andar erguidos ou dentes relativamente pequenos. Suas mãos tinham já o polegar opositor e seus pés eram muito parecidos aos dos humanos modernos, só que um pouco mais planos. Pela maneira como estavam os ossos, os descobridores acham que os hominídeos foram depositados ali por seus congêneres, o que suporia um comportamento funerário que não era observado até o momento em humanos tão primitivos.APA edição genética é a descoberta do ano para a revista científica 'Science'. Pelo novo método CRISPR, os pesquisadores modificam genes que são essenciais para que o sistema imune decida ou não atacar às células cancerígenas de seu próprio corpo. Os pesquisadores defendem que a edição do DNA nestas células abre um novo caminho ao tratamento da infecção pelo vírus da Aids e na luta contra o câncer. Este método permite apagar, introduzir ou consertar pedaços de DNA associados a doenças.CorbisEm julho, a sonda 'New Horizons' da NASA chegou até Plutão e nos devolveu imagens de suas luas, suas montanhas de gelo e glaciais de nitrogênio. Os especialistas qualificaram como uma conquista histórica e como "o início de uma nova era na exploração espacial". A missão decolou em 2006 e conseguiu se aproximar mais que nunca ao planeta anão, a uns 12.500 quilômetros de distância. Os sinais que a sonda envia, dada a distância de Plutão à Terra, demoram mais de quatro horas em chegar viajando à velocidade da luz. Os especialistas esperam que ela siga enviando informação inovadora: "Ninguém tem realmente ideia das surpresas com as quais podemos nos deparar".NASAEntre 2014 e 2015 a epidemia do vírus do ebola matou a mais de 11.000 pessoas no mundo. Depois do surto que surgiu no verão de 2014, um grupo de cientistas começou uma investigação em busca de uma vacina contra o vírus, que foi finalmente desenvolvido e testado em março deste ano na Guiné. Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a vacina tem efetividade de 100%. Embora a vacina pareça totalmente efetiva, um painel internacional de especialistas determinou que os testes devem seguir para provar que se gera imunidade de grupo, isto é, que se consegue que o vírus deixe de se propagar, embora boa parte da população não esteja vacinada.afpUm grupo de neurocientistas da Universidade de Virgínia (EUA) descobriu que o sistema linfático existe também no cérebro. Segundo os pesquisadores, a descoberta pode ter implicações importantes para doenças neurológicas graves como o autismo, a esclerose múltipla ou o alzheimer. Neste último caso, os pesquisadores assinalam que há de se ter em conta que na origem da doença está o acúmulo de grandes grupos de proteínas no cérebro. A partir de agora, propõem que é possível que isto aconteça porque esses vasos linfáticos não estão eliminando as proteínas de maneira adequada.Jonathan Kipnis, Antoine Louveau (Universidad de Virginia)Um grupo de especialistas em biologia sintética desenhou uma cepa de fermento capaz de produzir tebaína, um opiáceo muito semelhante com a morfina que normalmente se coleta nas plantas de papoula. Os cientistas agregaram genes específicos às células do fermento para que pudessem sintetizar opiáceos: criaram um mix de 21 genes entre os que incluíram material de papoulas, bactérias e inclusive um roedor. O trabalho pode ajudar aos cientistas a criarem novos analgésicos e outros medicamentos com menos efeitos secundários, segundo afirmam os pesquisadores.William DeLoacheObjetos separados entre si por uma grande distância podem afetar instantaneamente os comportamentos um do outro. Esta foi a conclusão a que chegou um grupo de cientistas da Universidade Técnica de Delft (Holanda) ao realizar um experimento que demonstra uma das afirmações fundamentais da teoria quântica. O achado põe na mesa de debate um dos princípios essenciais da física clássica que afirma que um objeto só se vê diretamente influído por seu meio imediato. No entanto, os pesquisadores de Delft puderam entrelaçar dois elétrons separados por uma distância de 1,3 quilômetros e depois compartilhar informação entre eles. O estudo outorga assim uma maior credibilidade à ideia que Einstein recusou. O cientista afirmou que, para que isso fosse possível, a teoria quântica precisava uma “ação fantasmagórica `a distância”, e se negou a aceitar a ideia de que o universo pudesse se comportar de uma maneira tão estranha e aparentemente aleatória.