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eleições na venezuela
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Hora da verdade na Venezuela

Maduro deve ter claro que ninguém vai fechar os olhos se o resultado das eleições for alterado

El País
Simpatizantes da oposição venezuelana durante comício de fim de campanha em Caracas.
Simpatizantes da oposição venezuelana durante comício de fim de campanha em Caracas.STRINGER/VENEZUELA (REUTERS)

A Venezuela vota neste domingo o que provavelmente serão as eleições mais importantes da sua história recente. Os venezuelanos estão dispostos a dar a maioria parlamentar a representantes que podem devolver o país ao caminho que nunca deveria ter abandonado: o da normalidade institucional, da segurança jurídica, das práticas democráticas e da liberdade de expressão.

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Não são, portanto, eleições normais, nem por seu significado nem pelo cenário: é impossível ignorar o fato de que vários representantes da oposição estão presos, com Leopoldo López como exemplo máximo dos abusos cometidos pelo regime; a detenção injustificada, as acusações fabricadas e os julgamentos cheios de irregularidades, não são exatamente um exemplo de tratamento democrático dos adversários. Também não podemos esquecer o assassinato, durante um comício, do opositor Luis Manuel Díaz — atribuído rapidamente pelas autoridades a “assassinos contratados” e a “paramilitares” — nem a perseguição permanente sofrida por Lilian Tintori, esposa de López, nem os ataques violentos contra Henrique Capriles.

A oposição tem sido intimidada fisicamente por um poder que se arroga o direito exclusivo de falar em nome dos venezuelanos. Com esse pano de fundo é essencial vigiar e denunciar qualquer tipo de irregularidade durante o processo de votação e contagem de votos. O presidente Maduro — cuja escalada de declarações sobre o que poderia acontecer em caso de derrota do oficialismo é mais do que preocupante — precisa ter muito claro que nem dentro nem fora da Venezuela os olhos estarão fechados frente a qualquer tentativa de alterar o resultado real da votação. É lamentável, por tudo isso, que o Parlamento Europeu, tão presente em muitos outros locais de risco, não tenha ousado, por “razões de segurança”, enviar uma missão de observadores para esta eleição.

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