Público do Bataclan tentava fugir pela janela: “lembrou o 11 de Setembro”
Um jornalista do Le Monde gravou pessoas fugindo do Bataclan durante o ataque
O jornalista do Le Monde Daniel Psenny, que mora em um edifício atrás da casa de shows Bataclan, ficou ferido depois de tentar ajudar algumas das vítimas que fugiam da sala de espetáculos, um dos alvos dos ataques terroristas em Paris na sexta-feira.
Segundo o jornal francês, Psenny foi atingido no braço por um tiro disparado de uma das janelas do Bataclan. Às 3h da madrugada (meia-noite de Brasília), ele foi levado à emergência do hospital Georges-Pompidou, onde seria operado.
Por volta das 22h (19h de Brasília), Psenny filmou com o celular a fuga de dezenas de pessoas pela saída traseira do teatro, e descreveu ao Le Monde os acontecimentos: “Estava trabalhando em casa, com a televisão ligada, e estava passando um filme em que Jean-Hugues Anglada interpreta um policial. Escutei um barulho, como de rojões, e estava convencido de que era algo do filme. Mas o barulho era muito forte e fui até à janela. Moro em um apartamento no segundo andar de um edifício em frente às saídas de emergência do Bataclan. Às vezes, a sala é evacuada e há um pouco de confusão, mas, dessa vez, tinha gente correndo para todos os lados, vi pessoas caídas no chão, sangue… E compreendi que se tratava de algo sério”.
Nesse momento, Psenny perguntou pela janela o que estava acontecendo: “Todo mundo ia em direção à rua Amelot ou ao bulevar Voltaire. Uma mulher estava pendurada em uma das janelas do segundo andar do Bataclan. Pensei nas imagens do 11 de Setembro. Nesse momento, decidi descer e abrir a porta da minha casa para que as pessoas pudessem entrar e se refugiar. Quando abri o portão, havia um homem caído na calçada, com outro homem, que depois não voltei a ver; alguém o arrastou para que estivesse a salvo na porta. E aí foi quando devo ter sido atingido pela bala e vi que saía sangue. Acho que o atirador estava na janela do Bataclan. O homem que levamos para um local seguro tinha levado um tiro na perna. Era um americano. Vomitava, tinha frio, parecia que ia a morrer. Chamaram os bombeiros, mas não podiam nos tirar do local. Liguei para uma amiga que é médica, e ela me explicou como fazer um torniquete com a minha camisa. E ficamos esperando, até que a RAID (unidade de elite da polícia francesa) entrou em ação e veio nos buscar”.
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