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Argentina tenta sobreviver sem Messi e com Neymar em ebulição

Atacante brasileiro chega a Buenos Aires como a grande ameaça para a Albiceleste

Neymar celebra um gol com Luis Suárez. / Foto: REUTERS/ Vídeo: ATLASFoto: atlas
Juan I. Irigoyen

Embora a seleção argentina tenha perdido quatro Copas do Mundo (França 1938, Brasil 1950, Suíça 1954 e México 1970), a única vez em que não passou das eliminatórias foi no México. Nas outras três ocasiões desde a fundação da Associação do Futebol Argentino (AFA), por questões de orgulho, optou por não participar. Em qualquer caso, para a Albiceleste a classificação aos mundiais sempre foi terra hostil. O caminho para a Rússia 2018 não começou bem para a equipe de Tata Martino: sofreu um tremendo revés frente ao Equador em casa (0 a 2) e empatou com Paraguai em Assunção (0 a 0). Nesta quinta-feira Neymar e seus rapazes chegam a Buenos Aires e a Argentina tem seus problemas: Messi, machucado, verá a partida de seu sofá verde em Barcelona.

Enquanto a figura de Neymar cresce dia-a-dia no Barça, na seleção brasileira ninguém dúvida de que estão direcionados a seu talento. “Brasil é uma equipe muito diferente quando joga Neymar”, afirma Muricy Ramalho, ex-treinador do Santos. “É uma pressão extra para ele?”, responde o técnico paulista; “não acho, Ney sabe que é o único diferente”. O 11 do Barcelona chega em ascensão a Buenos Aires. É o artilheiro do Campeonato Espanhol, marcou 11 gols nos 10 partidos que disputou. E soma um total de 13 tentos na temporada. O 10 do Brasil pode se aproveitar de uma argentina combalida e conquistar Buenos Aires.

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A Argentina não sentirá falta somente de Messi. Agüero, Zabaleta, Tevez e Garay estão machucados e o médico da seleção, Daniel Martínez, trabalha para que Pastore possa jogar contra o Brasil. Enquanto Tata Martino perde seus craques nas eliminatórias, na Argentina não as pessoas esquecem o quanto, historicamente, lhes custou conseguir uma vaga para os Mundiais.

Para chegar aos Estados Unidos em 94, a Argentina teve que recorrer a um Maradona quase aposentado e se classificou para o Mundial depois de vencer a Austrália na repescagem. A história no México em 86 não teria sido marcada pelo título da Albiceleste se Ricardo Gareca não tivesse feito um gol dramático no Monumental de Nuñez frente ao Peru em 1985, no empate por 2 a 2, na última partida das elminatórias. “As Eliminatórias sul-americanas são as mais difíceis do mundo”, assegura Enzo Francescoli, que jogou pelo Uruguai os Mundiais de México 86 e da Itália 90. “São as mais complicadas pela competitividade dos participantes e as diferenças geográficas e climáticas entre os diferentes países”, explica Gareca, atual técnico da seleção peruana. “São durísimas para todos e totalmente diferentes de qualquer outro torneio. A maioria de seleções têm grandes jogadores que competem na Europa”, completa o treinador argentino.

Depois da partida contra o Brasil, a Argentina visitará a Colômbia na próxima terça-feira. O treinador da argentina terá trabalho para sobreviver sem Messi. Mais do que isso: precisa parar um Neymar em ebulição.

Por que Argentina não participou dos mundiais de 1938, 1950 e 1954?

França 1938. Depois do congresso da FIFA em 1936, a Argentina achava ter assegurada sua condição de anfitriã. No entanto, elegeu-se a França para sediar o Mundial e a AFA decidiu que a Albiceleste ficaria fora.

Brasil 1950. Há quem assegura que foram dois os motivos pelos quais a Argentina não participou do primeiro Mundial que organizou o seu eterno rival. O primeiro, as relações entre a Argentina e o Brasil estavam deterioradas como consequência de um amistoso no Monumental que terminou em uma batalha campal. Mas, há quem diga que foi o então presidente Juan Domingo Perón que decidiu que a seleção não viajasse ao Brasil. Pela greve de futebolistas de 1948, as grandes figuras (Di Stéfano, Pedernera, Rossi e Pontoni) emigraram e Perón não queria um fiasco que pudesse afetar o estado de ânimo do povo.

Suíça 1954. Os dirigentes do futebol argentino estavam enojados porque Argentina não havia sido escolhida como sede. Além disso, a AFA tinha fortes diferenças com várias associações de futebol sul-americanas.

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