_
_
_
_
_

Às vésperas da eleição, jornais pedem garantias à imprensa na Turquia

Diretores dos principais jornais do mundo expressam sua inquietação ao presidente Erdogan pelos ataques a jornalistas e violações à liberdade de expressão

Protesto contra a intervenção policial de duas TV em Istambul.
Protesto contra a intervenção policial de duas TV em Istambul.O. O. (REUTERS)

Diretores de mais de 50 meios de comunicação internacionais escreveram uma carta aberta ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em que expressam sua profunda inquietação pela deterioração da liberdade de imprensa no país, às vésperas das eleições legislativas do domingo. A iniciativa conta com o respaldo das organizações PEN International, Instituto Internacional de Imprensa (IPI, na sigla em inglês) e Associação Mundial de Editores de Jornais e Notícias (WAN-IFRA, na sigla em inglês). Entre os signatários do documento aparecem os chefes de redação dos jornais The New York Times, La Stampa, Süddeutsche Zeitung e EL PAÍS.

A carta enumera uma série de ataques a jornalistas e publicações nos dois últimos meses, incluindo dois atentados à sede do jornal Hurriyet, uma agressão física ao conhecido jornalista Ahmet Hakan Coskun, a intervenção desta semana no grupo Koza Ipek Media, a detenção de três repórteres que trabalham para a VICE News (entre eles Mohammed Ismael Rasool, ainda na prisão), além de ações de promotores e outras detenções.

“Pedimos ao senhor [Erdogan] que utilize sua influência para garantir aos jornalistas, sejam eles cidadãos turcos ou membros da imprensa internacional, a proteção e permissão para fazerem seu trabalho sem entraves”, diz a carta. “Às vésperas das importantes eleições de 1º. de novembro (…), o fracasso do Governo turco em apoiar e proteger os jornalistas quando necessário solapa a reputação internacional do país e abala seu status democrático. [Os signatários] compartilhamos a generalizada inquietação de que os recentes acontecimentos são parte de uma campanha para silenciar qualquer oposição ou críticas ao Governo antes das eleições.”

Mais informações
EDITORIAL | A Turquia retrocede
A Turquia escolhe entre democracia e autoritarismo
Turquia investiga a estranha morte de uma jornalista britânica
95 mortos em atentado em um ato pela paz em Ancara, na Turquia
Protestos em Istambul contra a lei que censura a Internet
O primeiro-ministro turco considera proibir Facebook e YouTube
Erdogan cumpre sua ameaça e bloqueia o Twitter na Turquia
A justiça suspende o bloqueio do Twitter na Turquia

A Turquia é um Estado signatário da Convenção Europeia de Direitos humanos e do Acordo Internacional de Direitos Políticos e Civis. A Constituição turca de 1982 incorpora esses direitos e os torna extensivos a seus cidadãos. Todas as instituições do Estado turco têm a obrigação de respeitar e implementar o direito à liberdade de expressão.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_