Neymar foi Ronaldinho e marcou quatro gols para o Barça
Brasileiro foi o protagonista de uma partida franca, solista de uma equipe que falha
Neymar foi Ronaldinho Gaúcho no sábado. A camisa 11 do Barça não tinha uma partida tão artística desde a época em que Ronaldinho a vestia. Jogou partidas melhores, fez gols mais difíceis e importantes e ganhou partidas mais complicadas do que a contra o Rayo. Neymar já havia triunfado na companhia de Messi. No sábado, no entanto, jogou sozinho, como nos tempos de Ronaldinho, quando o gaúcho era o foco das atenções no Camp Nou.
A bela partida do brasileiro, brilhante em sua técnica, com quatro gols, contrastou com o futebol confuso do Barcelona. A partida foi tão divertida como descontrolada, circunstância que comprometeu o futebol azul-grená, inconsistente e sem pegada, sem ser superior ao corajoso Rayo. O Barcelona não fez nada além do pênalti em Neymar e tocar a bola para Neymar. O atacante fez a diferença com seus gols e Bravo, antes, já havia feito boas defesas em lances com Javi Guerra. O Barcelona não consegue jogar bem e seu futebol não flui, quer Messi jogue ou não, não importa qual a escalação feita por Luis Enrique.
BARCELONA, 5 - RAYO VALLECANO, 2
Barcelona: Bravo; Daniel Alves (Douglas, m. 78), Piqué, Mathieu, Alba; Rakitic, Busquets (Gumbau, m. 76), S. Roberto; Sandro (Munir, m. 56), Luis Suárez e Neymar. Não entraram: Ter Stegen; Bartra, Adriano e Mascherano.
Rayo Vallecano: Toño; Nacho (Dorado, m. 46), Zé Castro, Llorente, Rat; Jozabed, Trashorras; Lass, Ebert, Bebé (Embarba, m. 72) e Javi Guerra. Não entraram: Juan Carlos; A. Campos, Dorado, Manucho, Miku e Baena.
Gols: 0-1. M. 14. Javi Guerra. 1-1. M. 22. Neymar, de pênalti. 2-1. M. 32. Neymar, de pênalti. 3-1. M. 69. Neymar. 4-1. M. 71. Neymar. 5-1. M. 77. Luis Suárez. 5-2. M. 86. Jozabed.
Árbitro: Pérez Montero.
Cartões amarelos: Llorente, Dorado, Piqué.
Camp Nou. 75.472 espectadores.
Mesmo que a relação de jogadores disponíveis seja muito escassa, e as opções do banco causem um certo desgosto, os critérios de seleção do treinador nem sempre são iguais aos da torcida, sobretudo porque Luis Enrique prefere Mathieu a Bartra. O técnico apostou mais uma vez no zagueiro francês, um canhoto que certamente joga melhor com Piqué, finalmente colocou Mascherano na reserva, completou o ataque com Sandro e colocou Sergi Roberto no meio. Ninguém discutiu o plano de jogo quando a bola rolou porque os barcelonistas tiveram duas excelentes chances, ambas defendidas com os pés por Toño, soberbo contra Rakitic e Luis Suárez, e por outro lado péssimo diante da pressão do Barcelona. Sergi Roberto jogava muito bem, dando boa profundidade, os atacantes finalizavam mal e os zagueiros falhavam, não importa qual goleiro jogue, Bravo ou Ter Stegen e dá no mesmo o rival ser o difícil Sevilla ou o alegre Rayo.
Os azul-grená dão muitas oportunidades das áreas mais inócuas, também no Camp Nou. Os comandados de Paco Jémez marcaram depois de um escanteio mal rebatido por Piqué, com bom cruzamento de Bebé e a finalização de Guerra. O gol não abalou Sergi Roberto e acordou Neymar. O brasileiro transformou a partida em algo pessoal: Neymar contra o Rayo.
Muita pressão e poucos chutões
No momento de sair jogando, o Barcelona se atrapalhou pela excepcional pressão do Rayo. Não foi raro ver Bravo tocar a bola para seus zagueiros, que a devolviam ao goleiro para que desse um chutão buscando dar seguimento à jogada. O Barça deu o troco no Rayo, ainda mais resistente em despachar a bola no chutão. Uma opção que foi o seu fim já que Busquets, um paredão no meio, se antecipou diversas vezes para iniciar o contra-ataque do Barcelona; como na ocasião em que Luis Suárez errou cara a cara com Toño, ou como em outra que originou o segundo pênalti marcado por Neymar. Pressão, contra-ataque e poucos chutões.
Um rival excelente
Existiu um momento em que Neymar parecia a reencarnação de Ronaldinho. Foi na jogada do 2x1 quando carregou a bola com a perna direita, deu continuidade à jogada com um belo drible, passou pela marcação dando uma caneta com a perna esquerda e foi derrubado por Nacho antes de chutar. Neymar sofreu três pênaltis em quinze minutos e o árbitro marcou o segundo e o terceiro, com o 11 do Barça cobrando um em cada canto. Já não enfeita, desistiu daquele ritual de toureiro e agora resolve a situação sem tomar impulso, nos dois lados de Toño. O controle, a condução e a velocidade de Neymar acabaram com Llorente e Nacho.
Nenhum zagueiro chegava a tempo de tomar-lhe a bola, brilhante de novo antes do intervalo em um domínio de bola após inversão de Daniel Alves. Neymar matou a bola de letra e quando partiu contra a marcação do Rayo foi derrubado no que pareceu um quarto pênalti não marcado pelo tenso Pérez Montero.
Apesar da partida ter cara de goleada, o Barça só ganhava por 2x1 ao final do primeiro tempo, momento em que a torcida não parava de rever as jogadas de Neymar, imparável para o Rayo, talvez um pouco frágil no meio pela ausência de Baena. A marcação alta e a intensidade das equipes transformaram o duelo em um toma lá dá cá, sem nenhum controle, entregue à qualidade individual dos jogadores, nenhum até então como Neymar.
Paco Jémez substituiu Nacho por Dorado no intervalo e o Rayo bombardeou Bravo. O chileno salvou três chances de gol de um adversário que teve a partida nas mãos, superior no jogo e em oportunidades, com mais posse de bola diante de um Barcelona desfigurado e desconjuntado. O jogo teve meia hora de escandaloso monólogo do Rayo até Neymar reaparecer em outra versão, agora como Messi goleador. O brasileiro acionou o detonador e marcou mais dois gols, o último após grande passe de Suárez, que marcou o 5x1, também com passe de Neymar. Tempo para as brincadeiras como aplaudir Douglas e comemorar o merecido gol de Jozabed. Neymar foi o maior protagonista de uma partida franca, algumas vezes Ronaldinho e outras Messi, solista de uma equipe que falha seguidamente por mais desculpas que tenha, nenhuma válida diante de um corajoso Rayo.
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