Islândia paga a última parcela do resgate e sai do radar do FMI
O país nórdico, um dos mais atingidos pela crise, é referência entre os países resgatados
A Islândia continua cumprindo etapas. Há pouco mais de um mês, superou os níveis de atividade econômica anteriores à crise e nesta sexta-feira Reykjavik pagou a última parcela da ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) antes do prazo. O organismo presidido por Christine Lagarde informou na sexta-feira em um comunicado a devolução de 334 milhões de dólares (cerca de 1,252 bilhão de reais) que faltavam. Na verdade, o que as autoridades islandesas fizeram foi juntar os 11 pagamentos que faltavam, com datas de vencimento que variavam entre 14 de outubro deste ano e 31 de agosto de 2016, e pagar de uma só vez. A partir de agora, a Islândia sai do radar do Fundo Monetário.
O adiantamento da quitação do resgate acordado em novembro de 2008, depois do colapso do sistema financeiro islandês, vem sendo a norma no caso da Islândia. Em 2012, as autoridades do país nórdico reembolsaram a primeira parcela da ajuda quase um ano antes do previsto.
Lagarde disse em Lima (Peru), onde a instituição que preside realiza a sua reunião anual, que a intenção do FMI é manter um relacionamento futuro “construtivo” com as autoridades islandesas. “O reembolso antecipado do empréstimo à Islândia marca um final satisfatório ao intenso compromisso com o FMI, que começou no mais profundo da crise financeira”, observou. O mês de setembro ficará, portanto, para a posteridade como o último mês em que uma delegação do FMI visitou Reykjavik para monitorizar a estratégia econômica do país.
A Islândia, um dos países mais atingidos pela crise financeira de 2008, tornou-se um emblema entre os Estados resgatados. Viveu o colapso de suas principais instituições financeiras, que foram nacionalizadas, e conseguiu seguir em frente como poucos previam nos anos mais negros da derrocada econômica. Seus indicadores econômicos são invejados pelos países do Mediterrâneo: de acordo com dados do próprio FMI, a economia vai crescer 4,1% neste ano; serão criados empregos suficientes para reduzir a taxa de desemprego para 3,7%, quase o pleno emprego; os salários crescerão 8,3% nominais e 5,9% em termos reais, pois a inflação será de 2,3% na média anual, e as contas públicas fecharão o ano com um superávit de 0,8% do PIB .
“A recuperação da Islândia foi impressionante. É o país que melhorou de forma mais rápida e mais forte entre aqueles que foram atingidos pela crise”, resumiu em setembro o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría. Nesta sexta, Reykjavik voltou a demonstrá-lo.
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