Por que os refugiados agora emigram maciçamente para a Europa?
A expansão do Estado Islâmico e o colapso líbio são algumas das respostas
A chegada em massa de refugiados à Europa, o maior fluxo migratório registrado desde a Segunda Guerra Mundial, confrontou as autoridades europeias à realidade de uma tragédia de dimensões astronômicas. Apenas entre 1º de janeiro e 1º de setembro de 2015, ao menos 351.314 pessoas chegaram às costas europeias, principalmente à Grécia (234.778 pessoas) e Itália (114.276), seguidas muito de longe pela Espanha (2.166) e Malta (94). Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 2.643 pessoas que tentavam chegar à Europa perderam a vida no Mediterrâneo, embora o órgão não descarte que esse número seja muito maior.
O número de migrantes já ultrapassa em 60% o número total de refugiados e requerentes de asilo que chegaram em 2014. Aqui estão algumas das chaves:
A guerra da Síria e a expansão do Estado Islâmico: As nacionalidades dos migrantes, principalmente sírios, mas também afegãos, eritreus e nigerianos, fornece a primeira chave para essa chegada à Europa de requerentes de asilo, sem precedentes na história recente. Embora seja verdade que a guerra na Síria já completou seu quarto aniversário, a entrada no campo de batalha do Estado Islâmico (EI) intensificou ainda mais um conflito que já custou a vida de mais de 230.000 pessoas e levou a que 11,5 milhões de sírios abandonassem suas casas, de acordo com a ACNUR (a agência da ONU para os refugiados). O autoproclamado califado controla parte do norte e do oeste do Iraque e mais da metade oriental da Síria, onde impõe um regime de terror para aqueles que não cumprem estritamente a versão mais extremista do islamismo sunita.
Os países vizinhos restringem a entrada de refugiados sírios: Depois de que nos últimos quatro anos centenas de milhares de sírios se exilaram na Jordânia, Líbano e Turquia, esses países começaram a impor restrições às novas admissões, sobrecarregados com a entrada contínua de refugiados. A Turquia já recebeu 1,8 milhão de exilados (2,3% da sua população), a Jordânia 630.000 (9,4%) e o Líbano 1,2 milhão (27,9% de seu censo). Frente às dificuldades para entrar nos países vizinhos, os sírios estão buscando novas rotas para a Europa.
O colapso progressivo da Líbia: A virtual ausência de Estado na Líbia, com dois Governos estabelecidos em cidades diferentes, um em Tobruk (nordeste do país), reconhecido pela comunidade internacional, e outro baseado em Trípoli, controlado pelas milícias rebeldes, favoreceu a expansão das máfias que traficam imigrantes, especialmente subsaarianos. Em abril, um velho barco ocupado, no qual viajavam cerca de 800 pessoas, virou na costa da Líbia. Apenas 28 pessoas sobreviveram.
O uso das redes sociais: O Facebook tornou-se uma importante fonte de informações para aqueles que desejam escapar de seus países. Na rede social é possível encontrar o preço da viagem, incluindo os traslados e os subornos. Nas páginas em árabe é possível achar facilmente números de telefone para organizar uma viagem. Em seguida, o WhatsApp ou o Viber colocam em contato migrantes e traficantes durante o trajeto.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.
Mais informações
Foto de criança síria morta em uma praia: símbolo do drama migratório
Arquivado Em
- Crise refugiados Europa
- Síria
- Guerra na Síria
- Crise migratória
- Líbia
- Crise humanitária
- Imigração irregular
- Refugiados
- Estado Islâmico
- Problemas demográficos
- Guerra civil
- Redes sociais
- Catástrofes
- Política migração
- Vítimas guerra
- Fronteiras
- Conflito Sunitas e Xiitas
- terrorismo islâmico
- África
- Migração
- Política exterior
- Desastres
- ONU
- Oriente médio
- Jihadismo