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Bolt: “No Rio, tentarei baixar a marca de 19 segundos nos 200 metros”

O jamaicano promete ser mais rápido que nunca nas Olimpíadas do Rio em 2016

Carlos Arribas
Usain Bolt conversa com o cinegrafista que o atropelou.
Usain Bolt conversa com o cinegrafista que o atropelou.DYLAN MARTINEZ (REUTERS)

Mais um dia –como sempre fez desde o começo do Mundial de Atletismo, no último sábado– Usain Bolt voltou ao estádio Ninho do Pássaro para brilhar. Desta vez a sessão noturna não contou com dupla execução do hino queniano, e sim com a bandeira das “barras e estrelas” em homenagem à norte-americana Allyson Felix, e a da Jamaica, terra que amamos, que era exibida para Bolt pela segunda vez. A cerimônia, com Justin Gatlin de novo à sua direita no pódio, assumiu o clima do dia seguinte à grande festa, com os protagonistas recordando e fazendo piadas sobre o que aconteceu na noite anterior. Ou seja: o atropelamento de Bolt por um cinegrafista chinês que perdeu controle de seu carrinho elétrico de duas rodas. Ao ser atingido, o corredor jamaicano festejava a vitória descalço, com os tênis na mão e a bandeira de seu país servindo de gravata.

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“Com certeza Gatlin lhe pagou para acabar comigo, mas pode devolver o dinheiro, pois só tive um arranhão. De todo jeito, lamento pelo cinegrafista, espero que não tenha quebrado nada”, disse Bolt. Após a cerimônia do pódio, o cinegrafista da TV chinesa que o atropelou pediu desculpas e lhe deu de presente uma pulseira de amizade eterna, que Bolt colocou no pulso direito. O velocista estava mais bem-humorado que nunca, tanto pela descarga de adrenalina provocada por sua incrível vitória nos 200 metros rasos como pelo aumento do nível de seu colesterol e seus triglicérides após comer nuggets até não poder mais na Kentucky Fried Chicken. Foi o fruto proibido que ele se deu de presente no domingo, após ganhar os 100 metros. “Mandou um amigo ao takeaway [comida para viagem] e voltou com dezenas de coisas”, contam seus companheiros. “Então soubemos que o grande Bolt estava de volta, que os 200 metros seriam moleza”.

A prova dos 100m é sempre para o público, para o espetáculo, mas os 200m são algo mais íntimo, é para mim
Usain Bolt

“A prova dos 100 metros é sempre para o público, para o espetáculo, mas os 200 metros são algo mais íntimo, é para mim”, disse Bolt. Reconheceu que nessa distância os rivais não correm apenas contra ele, mas também contra sua aura, o que o torna quase invencível. Bolt elogiou o novo Gatlin, o Gatlin que fica simpático e divertido logo após a competição, dizendo que era o atleta que o havia obrigado a se superar para estar em forma e encarar o desafio. “Como sempre me diz o treinador Glenn Mill”, afirma Bolt, “quando Gatlin participa, nenhuma corrida pode ser um passeio”. E Gatlin, como se fosse seu amigo de infância, se emocionou ao lembrar que logo antes da largada dos 200 metros Bolt o chamou de “velho” carinhosamente e na frente de todos. “Usain realmente me incentiva a ser melhor. Com ele podemos fazer história”, afirma. “Já tenho 33 anos e consegui ser o primeiro que sobe ao pódio da mesma prova com dez anos de diferença.”

Os dois competidores, que estarão na próxima semana em Bruxelas (mas não na mesma prova: o norte-americano correrá os 100m e Bolt, os 200m), já combinaram a dupla revanche para o ano que vem, nos Jogos Olímpicos Rio 2016. “E lá, no Brasil, com 30 anos, se eu não tiver os mesmos problemas de lesões e puder me preparar durante o ano todo, tentarei baixar a marca de 19s nos 200 metros. Talvez seja a última oportunidade”, afirma.

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