Como o criador de ‘The Walking Dead’ imagina o final da série
Kirkman começa a pensar em desenlace com mensagem de esperança para a humanidade
The Walking Dead está muito longe de terminar. Em outubro, estreia a sexta temporada na TV e, até lá, a série de quadrinhos de mesmo nome terá superado 130 números. Os níveis de audiência estão mais altos do que nunca, e os quadrinhos estão sempre entre os mais vendidos no segmento independente. Mas, leve o tempo que levar, Robert Kirkman, que vem criando as histórias de Rick Grimes e companhia por quase 15 anos, já começou a pensar num final, e este poderia ser mais amigável do que o espectador imagina.
"É uma história de esperança sobre a humanidade superando esta insuperável situação apocalíptica... Mas vai levar muito tempo", disse o roteirista nesta semana em entrevista ao podcast WTF, apresentado pelo comediante norte-americano Marc Maron.
"É óbvio que é muito popular e a rede AMC pode querer que chegássemos a 50 temporadas, mas tem de haver um ponto final." E o problema zumbi então será resolvido? "Possivelmente. Espero que quando terminem possam dizer "menos mal que demos um jeito neles".
Kirkman e o desenhista Tony Moore criaram a série precisamente para dar uma resposta a todos aqueles filmes clássicos do cineasta George A. Romero e Lucio Fulci, onde tudo ficava sem solução. "No final de cada filme, nos deparávamos com a situação de 'o mundo está cheio de zumbis, não tenho mais tempo, até a próxima!", disse o roteirista em uma longa entrevista sobre sua carreira e aspirações. "Todos estavam mortos ou caminhavam em direção ao amanhecer. Queria saber o que acontecia depois. Como encontram comida e abrigo, como você protege seus entes queridos e durante anos enfrenta a queda da civilização, como isso te afeta... Alguns se tornam fortes, outros fracos e outros loucos." Isso é o que o levou a criar algo diferente. O veterano Romero, que também prepara a adaptação de seus quadrinhos de mortos-vivos e vampiros Empire of the Dead, descreveu a série como "um dramalhão com um zumbi ocasional".
"É o filme de zumbi que nunca acaba." O famoso roteirista reconhece, porém, que tudo é improvisado e mudado de quadrinho a quadrinho, de temporada a temporada. Alguns personagens estão mortos em uma versão, mas vivem na outra. Algumas situações e personagens são exclusivos e, outras vezes, muito sombrios, não são adaptáveis. Tudo funciona como um efeito borboleta que sacudirá o final em ambas as versões. "As pessoas dizem que é muito sombria, mas eu a vejo do início ao fim e a vejo como uma história de esperança", destaca.
A sexta temporada alcançou finalmente o mesmo momento dos quadrinhos —o número 75—, quando começou a ser exibida a primeira temporada
Por enquanto, porém, Kirkman, que é produtor e roteirista da série, planeja superar 300 números nos quadrinhos, mas promete que se continuar se divertindo não vai parar por aí. "Mas se começar a me entediar, vou parar antes", afirma. O produtor-executivo e show-runner Dave Alpert, por sua vez, disse que a equipe tem até a décima segunda temporada mapeada. Ainda há muito material para ser adaptado dos quadrinhos mensais, embora nas páginas a situação também não seja muito otimista (talvez até menos). A sexta temporada, agora ambientada em uma cidade idílica, alcançou finalmente o mesmo momento dos quadrinhos —o número 75—, quando começou a ser exibida a primeira temporada.
A temporada será, além disso, especialmente chave para a produção, uma vez que a mesma equipe lançou o spin-off Fear The Walking Dead, uma história original que conta o início da invasão zumbi em Los Angeles. Kirkman não descarta sequer mudar seu alvo para outros países: "Provavelmente acabemos explorando isso, mas para mim tudo é sobre o [lado] pessoal, buscar água, construir um portão. Quando você aumenta a coisa, fica menos interessante”. Mas se a nova série funcionar... "talvez possamos ver The Walking Dead: China", brinca.
Por enquanto, o roteirista —cuja participação em Homem Formiga inspirou em parte o filme da Marvel que foi lançado no Brasil em 16 de julho e que colabora com o roteiro de Transformers 5— também estreia nesta temporada a série Outcast no Cinemax, uma adaptação de seus quadrinhos sobre exorcismos, demônios e o fim do mundo. "Mostramos o piloto e quando acabou pensei: ‘tinham de ter me parado, cruzei uma linha, há muita violência", antecipa. "Também não gostava do final dos filmes de exorcismo. Livravam o corpo do demônio e não continuavam investigando para ver de onde vinha e acabar com sua origem."
A nova série de Robert Kirkman, Outcast.
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