Pular para o conteúdo
_
_
_
_

Bancos gregos reabrem suas portas depois de 21 dias fechados

A volta à normalidade bancária é possível graças ao aumento do resgate do BCE

María Antonia Sánchez-Vallejo
Fila em uma agência bancária em Atenas.

A reabertura dos bancos gregos depois de três semanas fechados provocou algumas filas na primeira hora da manhã da segunda-feira, diluídas em seguida com o funcionamento normal das agências e com o considerável aumento da temperatura, que torna asfixiante a espera em pleno sol do lado de fora. A manutenção do controle de capital, com um máximo de 60 euros por pessoa por dia, agora acumulável semanalmente, e o limite às operações bancárias —só podem ser feitas operações básicas, pagamento de contas, contribuições e transferências internas— levou às portas das agências mais clientes empresariais do que particulares, sobretudo no centro de Atenas. Só os proprietários de cofres, cujo conteúdo pode ser recuperado a partir desta segunda-feira, chegaram de forma mais discreta, em alguns casos com hora marcada por telefone.

A volta à normalidade bancária é possível graças ao aumento de 900 milhões da linha de emergência do Banco Central Europeu (BCE). Graças também ao crédito-ponte de 7 bilhões de euros oferecido semana passada pelo Eurogrupo, as autoridades gregas poderão cumprir o prazo de devolução de 3,5 bilhões, mais 700 milhões de juros, ao BCE, que vence nesta segunda-feira. A Grécia ainda tem pendente o pagamento ao Fundo Monetário Internacional de 1,5 bilhão, em juros, desde 30 de junho passado.

Mais informações
Banco Central Europeu aumentará a ajuda de emergência a bancos gregos
Objetivo do resgate: corrigir as fragilidades do Estado grego
EDITORIAL: Lições gregas
Grécia clama contra a austeridade
O risco de colapso bancário deixa a Grécia nas mãos do BCE

María, dona de uma loja de sandálias em pleno núcleo turístico da cidade atrasou a abertura de seu estabelecimento para pagar todas as contas atrasadas no banco. “Durante o corralito continuamos cobrando com cartão, e por isso felizmente não tenho problemas de fundos, a temporada está boa. O grande problema nestas três semanas foi não ter podido fazer pagamentos a fornecedores, nem cumprir os prazos de empréstimos e créditos. Felizmente, este ano temos quase um mês a mais de prazo para pagar a Fazenda”, explicava na saída da agência. “Além disso, não me preocupa tanto recuperar a normalidade bancária, que obviamente ajuda a restaurar a confiança, mas o aumento do IVA a partir de hoje. Isso sim é que vai nos prejudicar”. O transporte e a alimentação serão especialmente afetados, pois serão tributados em 23%.

Yanis, contador de uma empresa de locação de automóveis, saía de um banco com um envelope cheio na mão. “Dinheiro? Não, não, melhor deixar no banco... São todos os recibos e promissórias pendentes há três semanas... As operações e os gastos básicos conseguimos continuar fazendo eletronicamente, mas ficamos com muitas dívidas acumuladas de planos de leasing e um frete de 10 carros que tínhamos acabado de receber quando os bancos fecharam” de uma importante concessionária de automóveis da cidade. As operações e transferências ao exterior continuarão limitadas, exceto por exemplo o envio de dinheiro a familiares ausentes, com um máximo de 5.000 euros.

Apesar de os controles de capital continuarem vigentes, com os mesmos limites para a retirada de dinheiro —60 euros por pessoa e conta por dia, agora acumuláveis até 420 por semana—, a reabertura dos bancos traz um pouco de normalidade a uma economia em ponto morto: perdas estimadas em cerca de 3 bilhões de euros, entre 1,8 bilhão de importações paralisadas, 240 milhões em exportações e cerca de 600 milhões no pequeno e médio comércio, que viu cair em 70% seu volume de negócios apesar do início, na semana passada, do período de liquidações. Além disso, segundo a Câmara do Comércio e Indústria de Atenas, neste período ficaram em suspenso um total de 6 bilhões de euros em transações comerciais, com 4.500 contêineres de matérias-primas e produtos industrializados retidos na alfândega.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

¿Tienes una suscripción de empresa? Accede aquí para contratar más cuentas.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_