Angela Merkel aprova no parlamento alemão o plano para resgatar a Grécia
60 deputados do partido da chanceler votaram contra o acordo
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, obteve um importante apoio a sua política de resgates em troca de reformas duras. O Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão) concedeu nesta sexta-feira poder ao Governo para começar as negociações de um terceiro resgate para a Grécia. Mas a ampla maioria —439 votos a favor, 119 contra e 40 abstenções— não esconde a crescente oposição que Merkel enfrenta em seu próprio partido, a União Democrata-Cristã (CDU).
Sessenta deputados democrata-cristãos disseram não à proposta da chanceler. Em fevereiro deste ano, uma votação similar revelou 29 críticos nas fileiras da CDU. Trata-se de um número importante, mas que ainda permite a Merkel livrar a cara e não ter que enfrentar uma revolta interna por um plano de ajuda que, como definiu o ministro Wolfgang Schäuble, será "a última tentativa" de manter a Grécia no euro.
Merkel defendeu com um inflamado discurso europeísta o acordo fechado no fim de semana passado pelos líderes europeus para evitar a bancarrota da Grécia. Frente às dúvidas semeadas por seu ministro das Finanças durante toda a semana, Merkel apostou em manter a união monetária com todos os membros da União Europeia. “Nós nos esforçamos para que a Grécia possa continuar no euro”, disse a chefa de Governo. O caminho que Schäuble propôs, de oferecer a Atenas uma saída temporária da zona do euro, não , continuou Merkel.
Com seu discurso da manhã desta sexta-feira, Merkel tratou de convencer os deputados que concedessem ao Governo o mandato para começar a negociação da ajuda a Grécia. A chefa do partido e do Governo lembrou no Bundestag as imagens de aposentados em desespero, vagando de banco em banco, em busca de seu dinheiro, com as agências fechadas. “A Europa viveu nos últimos dias uma dramaticidade difícil de superar”, acrescentou.
Angela Merkel explicou as alternativas que tinha diante de si quando negociava com os outros líderes europeus e com o grego Alexis Tsipras: ou afrontar as leis europeias ou deixar a Grécia cair numa situação de "caos e violência". Por isso escolheu a terceira opção, um acordo “duro” para negociar o terceiro resgate para a Grécia. “Não decidimos apenas pela Grécia, mas por uma Europa e uma zona do euro fortes. Há muito mais em jogo", disse Merkel.
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