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Partidários do ‘sim’ e do ‘não’ tentam atrair indecisos

Pesquisas preveem empate técnico no referendo de domingo

Análise da enviada especial do EL PAÍS em Atenas.Foto: AGENCIA_DESCONOCIDA | Vídeo: L. ALMODÓVAR / J. L. ARANDA
María Antonia Sánchez-Vallejo

A Grécia vive as últimas horas antes do referendo que definirá seu futuro dentro do euro e sua relação com os países da União Europeia. A legislação grega não permite divulgar pesquisas e apenas barraquinhas de rua distribuem folhetos para pedir o voto, já que a propaganda é proibida na televisão.

Dado o resultado apertado das pesquisas, a maioria das quais prevê empate técnico, os partidários de ambas as opções passam as últimas horas tentando convencer os indecisos, cujo número poderia oscilar entre 12% e 18%. A maioria dos partidos faz suas próprias pesquisas de intenção de voto, que não foram divulgadas.

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A tensão nas ruas é enorme, os bancos gregos estão a um passo de ficar literalmente sem dinheiro. A patronal do setor bancário grego advertiu na sexta-feira que a liquidez das entidades financeiras se limita a menos de 1 bilhão de euros (3,4 bilhões de reais). As agências poderiam ficar sem dinheiro na segunda-feira. O presidente do Banco Nacional da Grécia, Louka Katseli, revelou que o controle de capitais, o corralito (retenção de depósitos bancários) e o congelamento emergencial da liquidez pelo BCE afetaram o combalido sistema financeiro. Segundo fontes das câmaras de comércio, as reservas de dinheiro nos bancos seriam de apenas 500 milhões de euros.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, discursou em um comício que reuniu 25.000 pessoas na sexta-feira em Atenas. Tsipras pediu que votem não no referendo sobre as propostas dos parceiros. “O povo grego provou várias vezes em sua história que sabe responder aos ultimatos. Os ultimatos às vezes se transformam em um bumerangue. Vamos escrever a História outra vez. Vamos dizer não aos ultimatos outra vez”, proclamou o líder do esquerdista Syriza.

O chefe do Governo encorajou seus compatriotas “a dar as costas a quem os aterroriza diariamente” e frisou que, no domingo, se vota não só em “viver na Europa”, mas em “viver com dignidade na Europa. Lutar e viver como iguais na Europa”. Ele afirmou que o lugar onde nasceu a democracia dá à Europa a “oportunidade de voltar a seus valores originais, os valores abandonados há anos em favor da austeridade”. Também na capital milhares de pessoas defenderam o sim em outro comício, aparentemente menos concorrido que o do não, segundo a agência Reuters. “Prefiro votar sim, ter alguns anos mais de austeridade e dar a meus filhos um futuro”, disse um dos participantes enquanto soava o hino europeu.

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