Platini, o grande beneficiado pela renúncia de Blatter
Presidente da UEFA qualifica saída do dirigente suíço de “decisão difícil, corajosa e correta”
A renúncia de Sepp Blatter da presidência da FIFA representa também a vitória de Michel Platini. O presidente da UEFA foi o seu rival mais feroz durante o Congresso de Zurique, na semana passada, no qual o suíço foi reeleito pela quinta vez consecutiva. O francês, que integra o Comitê Executivo da FIFA, afirmou em um comunicado sucinto que a renúncia de Blatter “foi uma decisão difícil, corajosa e correta”.
Na Suíça, Platini pediu a renúncia de Blatter tão logo foram divulgadas as prisões de sete alto dirigentes da FIFA por corrupção, ao mesmo tempo que deu ordem aos presidentes que integram a UEFA para que votassem em favor do outro candidato, o príncipe jordaniano Ali Bin el Hussein. “Eu disse a Blatter: ‘peço-lhe que saia, a imagem da FIFA é terrível’. Ele respondeu que não poderia sair de repente”, afirmou o francês em uma entrevista coletiva especial à imprensa. “Digo isto com tristeza e com lágrimas nos olhos, mas houve escândalos demais; a FIFA não merece ser tratada desse jeito”, acrescentou.
Platini tinha convocado para o próximo sábado, à margem da final da Liga dos Campeões, uma reunião de caráter emergencial para tentar unificar as posições no seio do órgão que comanda o futebol europeu. Ángel Maria Villar, presidente da federação espanhola, e Noël Le Graët, seu homólogo francês, estão entre os representantes do continente europeu que não seguiram as ordens de Platini e deram seu voto a Blatter. Também estava previsto que fosse debatida nessa reunião a possibilidade de adotar represálias contra Blatter. Entre as medidas postas sobre a mesa estava o boicote à próxima Copa, que será disputada na Rússia em 2018. Greg Dyke, presidente da federação inglesa, foi o principal porta-voz do hipotético boicote. Ao lhe perguntarem sobre isso Platini apenas disse que “todas as possibilidades serão estudadas”.
O presidente da UEFA aparece agora como um possível candidato a disputar o cargo de presidente da principal instituição do futebol mundial, embora não tenha oficializado sua candidatura –ao contrário do príncipe Hussein, a quem ele apoiava. Platini já obteve o respaldo de Le Graët, presidente da federação francesa, bem como de seu homólogo russo, Nikita Simonian. “Tudo é possível, embora eu considere que Platini seja mais adequado para o posto de presidente da FIFA. É o mais preparado e experiente de todos”, comentou Simonian. Blatter deve convocar nos próximos dias as novas eleições.
Reações
Luis Figo, que uma semana antes das últimas eleições retirou sua candidatura à presidência que reelegeu Blatter, disse nas redes sociais que no dia de hoje é "bom para a FIFA e para o futebol". O ex-técnico português, que não confirmou se voltará tentar alcançar a presidência, incidiu que a mudança "por fim" chegou ao futebol e pediu soluções "consensuais" para mudar a principal instituição de futebol e que se inicie uma nova etapa de "dinamismo, transparência e democracia na FIFA". "Estou disponível para contribuir para um futebol mais transparente e democrático, mas depende das oportunidades, do momento e dos apoios", finalizou.
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