Mafioso italiano foragido há mais de 20 anos é preso no Brasil
Pasquale Scotti, 56, é apontado como sendo um dos principais chefes da máfia napolitana
O italiano Pasquale Scotti, 56, um dos principais chefes da Camorra, a máfia napoliana, foi preso na quinta-feira (26) em Recife. Foragido da Justiça italiana desde 1984 e procurado pelos crimes de porte ilegal de armas de fogo, resistência à prisão, extorsão e mais de vinte homicídios, ele foi detido enquanto levava seus filhos de 13 e 15 anos para a escola. Scotti, que é casado com uma brasileira e se apresentava a vizinhos como empresário, foi condenado à prisão perpétua na Itália.
A Polícia Federal informou que ele vivia em condições modestas, no país, usando identidade falsa: ele possuía Cadastro de Pessoa Física (CPF) e título de eleitor obtidos ilegalmente. A comparação das digitais possibilitou à Interpol no Brasil identificá-lo, e a prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal. Agora as autoridades brasileiras aguardam o pedido de extradição de Scotti.
Fontes da PF disseram que no momento da prisão ele teria dito que "Pasquale está morto. Eu sou o Francisco". Ainda segundo a polícia, a família do mafioso não tinha conhecimento das atividades criminosas desenvolvidas por ele na Itália.
De acordo com jornais italianos, Scotti era um dos homens de confiança do chefão mafioso Raffaele Cutolo, apontado como o responsável pela modernização da organização napolitana e pai da Nuova Camorra Organizzata – a Nova Camorra Organizada.
A PF vai investigar se algum dos negócios de Scotti - uma empresa de fogos de artifício e uma pequena imobiliária - eram usados para lavar dinheiro da máfia. Até o momento ele não é acusado de cometer nenhum crime em território nacional.
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