Uma arma em nome de Nisman aumenta as dúvidas sobre o caso
O revólver que disparou a bala que matou o promotor era propriedade do único imputado, que assegura que Nisman tinha pedido emprestado para sua defesa
A mãe do promotor argentino Alberto Nisman, Sara Garfunkel, declarou nesta terça-feira pela terceira vez sobre a morte de seu filho. Garfunkel contou que em sua casa seu filho havia deixado alguns de seus pertences depois de se separar há três anos. Em um baú que Nisman tinha guardado na casa de sua mãe, ela encontrou agora um revólver calibre 22 e comunicou isso à promotora Viviana Fein que investiga a morte.
O único imputado do caso, o especialista em informática Diego Lagomarsino, que trabalhava para Nisman, tinha declarado que seu chefe havia pedido uma arma para se defender depois de denunciar, no último dia 14 de janeiro, a presidenta de seu país, Cristina Fernández de Kirchner, por suposto encobrimento de terroristas. Lagormarsino supostamente emprestou uma calibre 22. Nisman morreu com um tiro desse revólver no dia 17 ou 18 de janeiro.
A promotora interrogou a mãe de Nisman pela conta que ela, seu filho e o imputado tinham em conjunto
Depois da declaração de Garfunkel, a polícia fez uma busca e apreensão em sua casa para confiscar o revólver do promotor. Aumentam as dúvidas na investigação de sua morte. Por que Nisman tinha pedido a Lagomarsino uma arma para se defender se já tinha uma que, além disso, era do mesmo tipo? Seria que o promotor não queria assustar sua mãe e por isso não foi a seu apartamento procurar o revólver de sua propriedade? Lagomarsino não está imputado por suposto homicídio, mas por emprestar a arma a Nisman, cuja porte de arma estava vencido.
O promotor Fein interrogou a mãe de Nisman pela conta não declarada com 600.000 dólares que ela, seu filho, sua outra filha, Sandra, e Lagomarsino tinham conjuntamente na sede nova-iorquina do Bank of America Merrill Lynch. O técnico em informática declarou que não tinha amizade com o promotor, mas chama a atenção que tenha pedido um revólver a ele ou que tivessem juntos uma conta clandestina. O imputado também reconheceu que seu chefe o obrigava a devolver metade do seu salário de funcionário.
A mãe de Nisman também teve que responder à promotora sobre o conteúdo das três caixas de segurança que seu filho tinha em dois bancos e uma financeira. Garfunkel esvaziou todas depois da morte do promotor e antes de serem confiscadas pela justiça.
A denúncia de Nisman contra Kirchner, enquanto isso, continua viva. Depois que um juiz e a Câmara Federal (tribunal de segunda instância) a rechaçaram por considerar que não havia delito no que afirmava o promotor, outros magistrados vão analisar o caso. A Câmara Federal admitiu nesta terça-feira a apelação que o promotor Germán Moldes fez de sua decisão e, assim, a causa chegará à Câmara de Cassação (tribunal de terceira instância). Se ali tampouco considerarem sólida a denúncia por suposto encobrimento de cinco iranianos acusados de matarem 85 pessoas na Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em 1994, o assunto acabará na Corte Suprema da Argentina. Mas, por enquanto, perdeu força e a classe política virou sua atenção para as eleições nas províncias que no domingo passado começaram com uma vitória kirchnerista em Salta e que continuarão no próximo fim de semana em Santa Fe e Mendonça.
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