Vazam fotos do apartamento de Nisman no dia de sua morte
A promotora do caso critica o vazamento e a publicação das imagens
Nos últimos dias, as redes sociais e a imprensa na Argentina difundiram fotos que faziam parte da investigação judicial sobre a morte do promotor Alberto Nisman que, quatro dias antes de sua misteriosa morte em janeiro passado, denunciou a presidenta Cristina Fernández de Kirchner por suposto encobrimento de terroristas iranianos. Na quinta-feira, o portal de notícias Infobae e o canal TN publicaram fotos do apartamento de Nisman, no luxuoso bairro portenho de Puerto Madero, na noite em que ele foi encontrado morto. Não se sabe quem entregou as fotos, mas são as mesmas imagens que usaram os peritos da ex-esposa de Nisman, Sandra Arroyo Salgado, para afirmar que se tratou de um homicídio.
A promotora do caso, Viviana Fein, baseou-se até agora na autópsia feita por especialistas da Corte Suprema da Argentina, que apontam para um suicídio, embora não tenham descartado o assassinato. “Não me parece prudente nem oportuno que estejam usando conteúdos do relatório dos peritos da querelante quando ainda não passaram” por uma junta médica, queixou-se Fein. A promotora explicou que os peritos da Suprema Corte não contaram com essas fotos quando fizeram a autópsia. Nas imagens difundidas dá para observar o banho ensanguentado no qual Nisman morreu com um tiro.
“A única coisa que buscamos é descobrir a verdade, qualquer que seja. E é preciso fazer isso através da junta (médica) e uma perícia criminalística com especialistas em projeções de sangue. A junta médica vai começar no final do mês e vai resolver todas as diferenças”, prometeu a promotora do caso.
Outras fotos, mas desta vez do próprio Nisman, vazaram também esta semana dos arquivos judiciais para as redes sociais. Uma conta anônima começou a difundir imagens guardadas nos celulares do promotor, de 51 anos, nas quais ele aparecia acompanhado de diversas jovens em discotecas e praias. A juíza que investiga sua morte, Fabiana Palmaghini, denunciou a Polícia Federal, subordinada ao governo de Cristina Kirchner, pela difusão dessas fotos. Outro juiz ordenou, por isso, uma busca e apreensão na sede central da Polícia.
O chefe de Gabinete de Ministros da Argentina, Aníbal Fernández, respondeu que “não existe nenhuma forma de que esse vazamento tenha sido feito pela Polícia Federal, mas de qualquer maneira, é preciso investigar o que aconteceu”. Enquanto isso, as ruas de Buenos Aires amanheceram na sexta-feira com cartazes anônimos que reproduziam essas imagens de Nisman com mulheres e a frase “Somos todos Nisman?”. Era uma resposta a centenas de milhares de manifestantes que há um mês marcharam em homenagem ao promotor, alguns com o slogan: “Eu sou Nisman”.
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