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Parlamento alemão aprova resgate grego apesar de oposição popular

Cerca de 30 deputados da CDU votaram contra a extensão do pacote

Luis Doncel
Merkel durante a sessão do Parlamento alemão.
Merkel durante a sessão do Parlamento alemão.TIM BRAKEMEIER (EFE)

Uma esmagadora maioria do Parlamento alemão aprovou nesta sexta-feira a extensão de quatro meses para o resgate grego. Um total de 542 deputados, dos 631 assentos que compõem a Bundestag (a Câmara Baixa), votou a favor de estender a ajuda financeira à Grécia, em sua maioria deputados da grande coalizão dos partidos União Democrata-Cristã (CDU) e União Social-Cristã da Baviera (CSU) que governam o país. Os Verdes e a maior parte dos deputados do partido A Esquerda (Die Linke) também apoiaram a proposta do Governo.

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A votação tem inclinado a maioria dos parlamentares a apoiar um plano de ajuda financeira desde o início da crise do euro. Mas também confirma a existência de um setor crítico entre os membros da CDU: 29 dos 32 nãos vieram do partido presidido pela chanceler Angela Merkel, a CDU, ou de seus irmãos bávaros da CSU. Foi a esse setor que o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, se dirigiu quando fez um apelo à responsabilidade dos deputados para conseguir um sim. “Nós, os alemães, devemos fazer todo o possível para manter a Europa unida”, disse.

Schäuble não pensava apenas em seus companheiros rebeldes do partido. Também se dirigia a uma opinião pública esmagadoramente contra o pacote. Segundo uma pesquisa do instituto INSA, apenas 21% dos alemães apoiam a extensão recém-aprovada.

Como prova desse mal-estar, o jornal mais vendido do país, Bild, começou uma campanha para que os leitores se fotografem com um gigantesco “Nein” (Não), publicado em sua edição de quinta-feira. O jornal de esquerda Taz respondeu na sexta-feira com uma capa na qual se lê um grande “Ja” (Sim), para continuar a ajuda aos gregos.

Schäuble se dirigiu aos mais céticos quando lembrou que a extensão negociada com a União Europeia não representa nenhuma nova ajuda para os cofres gregos. Mas o ministro das Finanças também tinha uma mensagem para Atenas. Schäuble, que no dia anterior reconheceu estar “perplexo” diante do discurso de seu colega grego, alertou que a Europa não permitirá ser chantageada pelo Governo de Alexis Tsipras.

O líder de esquerda da oposição, Gregor Gysi, demonstrou sua alegria com a chegada de Tsipras ao poder. “É o primeiro Governo que questiona as políticas neoliberais kamikazes para a Europa”, destacou o parlamentar do Die Linke, antes de também pedir um Plano Marshall para a Grécia.

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