Façam suas apostas: and the Oscar goes to...
Uma avaliação de cada categoria da premiação e dos principais favoritos às estatuetas


Poucas vezes uma edição do Oscar, como esta de 2015, parecia ter tantos prêmios tão claros. Assim sendo –ainda que sempre existam surpresas– a lista para ganhar as apostas com os amigos seria a seguinte:
1.- Filme: Birdman. Porque ganhou o prêmio do Sindicato dos Produtores. Desde 1996, quando Coração Valente ganhou derrotando Apollo 13, o filme ganhador do prêmio principal havia ganho no Sindicato dos Produtores, dos Atores (SAG) e dos Diretores os prêmios anteriores, que dão as pistas. No ano passado, houve empate no Sindicato dos Produtores, a grande referência para essa categoria, entre 12 Anos de Escravidão e Gravidade. A propósito, os Bafta acertaram nos últimos seis anos, e nessa edição, no entanto, ganhou Boyhood (para este jornalista, o melhor filme dessa cerimônia). Pode ser que a disputa esteja mais equilibrada do que parece.
2.- Direção: Alejandro González Iñárritu, por Birdman. Porque nessa categoria gosta-se do diretor amante do primor, e porque desde 2003 todo ganhador do prêmio do Sindicato dos Diretores repete a vitória no Oscar. A exceção foi Ben Affleck com Argo, em 2012, quando conquistou o prêmio de sua associação sem que nem sequer fosse candidato à estatueta de Hollywood.
3.- Ator principal: Eddie Reymane, por A Teoria de Tudo. Muitos podem apostar em Michael Keaton (Birdman), mas os prêmios do SAG e do Bafta foram para Reymane. E quase metade dos eleitores da Academia é de atores, portanto, mudariam de voto do SAG para o Oscar? Bradley Cooper emplacou sua terceira indicação consecutiva, algo que quase sempre garantiu um Oscar… a menos que você seja Richard Burton.
4.- Atriz principal: Julianne Moore, por Para Sempre Alice. Ganhou todos os prêmios possíveis, está em sua quarta indicação. A noite será de Moore, que recebeu o apoio moral e econômico da Sony Classics. Por sinal, das cinco candidatas, três (Marion Cotillard, Rosamund Pike e Moore) defendem as únicas nomeações de seus filmes. E a outra, Reese Witherspoon, foi indicada por Livre, que só tem mais uma nomeação: atriz coadjuvante, para Laura Dern. Se a estatueta for para Pike ou Felicity Jones (A Teoria de Tudo), e as outras três categorias tiverem os resultados esperados pelas apostas, pela primeira vez venceriam quatro intérpretes indicados ao Oscar pela primeira vez.
5.- Ator coadjuvante: J. K. Simmons, por Whiplash. Pelo mesmo motivo que os anteriores: ganhou todos os prêmios anteriores, em especial o SAG. Ou então, poderia acontecer um Oscar em homenagem a Robert Duvall? Ele recebeu sua primeira indicação aos 42 anos, por O Poderoso Chefão (ganhou com A Força do Carinho). Agora tem 84…
6.- Atriz coadjuvante: Patricia Arquette, por Boyhood. Apesar de ser a 19ª indicação de Meryl Streep –essa ela ganhou de presente–, Arquette –como Reymane, Moore e Simmons– ganhou todos os prêmios prévios ao Oscar.
7.- Roteiro original: Wes Anderson e Hugo Guinness, por O Grande Hotel Budapeste. Ganharam o prêmio do sindicato dos roteiristas, o Bafta… É a sexta indicação de Anderson (bom, esse filme foi responsável por três das seis), é um bom momento para reconhecer seu trabalho, e a Academia aproveita esse prêmio para reconhecer obras que não ganham em outras categorias maiores: Django Livre, Ela…
9.- Fotografia: Emmanuel Lubezki, por Birdman. O mexicano já ganhou no ano passado com Gravidade, mas é difícil encontrar quem supere seu primor técnico nos planos sequenciais encadeados de Bridman. E ganhou o prêmio de seu sindicato. Lubezki já havia sido indicado por filmes de Cuarón, Burton e Malick: trabalha com os melhores.
10.- Animação longa-metragem: Como Treinar o seu Dragão 2, que ganhou o Annie… apesar de Os Boxtrolls estar bem na disputa. Veteranos (DreamWorks) contra jovens (Laika Entertainment).
13.- Trilha sonora: Alexandre Desplat, por O Grande Hotel Budapeste. O gênio francês merece ganhar agora, uma vez que nunca foi vencedor apesar de ter acumulado oito indicações desde 2007. Só tem um rival: ele mesmo, que também compete por O Jogo da Imitação. E a divisão de votos sempre é ruim. Ganhou o Bafta, perdeu o Globo de Ouro.
14.- Figurino: Milena Canonero, por O Grande Hotel Budapeste. Ganhou o Oscar com Barry Lyndon, Carruagens de Fogo e Maria Antonieta. Ganhou o Bafta. Sua rival é Anna B. Sheppard, com Malévola.
15.- Design de produção Adam Stockhausen e Anna Pinnock, por O Grande Hotel Budapeste. Tem rivais duros, como Interestelar e Mr. Turner. Pinnock também compete com Caminhos da Floresta.
16.- Maquiagem e cabelo: Bill Corso e Dennis Liddiard, por Foxcatcher. Questão de um nariz.
17.- Canção: Glory, John Legend e Lonnie Lynn, por Selma. No ano passado, a melhor canção (Happy) perdeu para a Disney (Let it go). Este ano, não parece haver rival para o filme sobre a luta de Martin Luther King Jr. Apesar da concorrência de Everything is awesome.
18.- Montagem: Joel Cox e Gary Roach, por Sniper Americano. Mas também estão na briga Sandra Adair (Boyhood) e Tom Croos (Whiplash), que é o verdadeiro merecedor. De todos os candidatos, apenas Cox já foi indicado antes –e ganhou– com Imperdoável.
19.- Mixagem de som: Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley, por Whiplash. Mas são estreantes nos prêmios, e a equipe de Sniper Americano está respaldada por candidaturas e prêmios anteriores.
20.- Edição de som: Richard King, por Interestelar. Já ganhou por Batman: O Cavaleiro das Trevas e Origem, como bom colaborador de Christopher Nolan.
21.- Efeitos visuais: Paul J. Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott R. Fisher, por Interestelar, apesar de o prêmio da Visual Effects Society ter ido para Planeta dos Macacos: O Confronto.
22.- Curta de animação: Feast, de Patrick Osborne, projetado antes de Operação Big Hero 6 e que ganhou o Annie na sua categoria. Essa disputa está bastante em aberto e não será surpresa se a estatueta for para The Dam Keeper ou The Bigger Picture.
23.- Curta de ficção: Está entre dois britânicos: The Phone Call, de Mat Kirby, e Boogaloo and Graham, de Michael Lennox, que ganhou o Bafta da categoria.
24.- Documentário curta-metragem: O favorito é Crisis Hotline: Veterans Press 1, de Ellen Goosenberg Kent, sobre o telefone de ajuda para os veteranos do Exército. Perfeito para o ano de Sniper Americano. Mas dura 40 minutos, um excesso.