Coreia do Norte chama Obama de “macaco” por defender ‘A Entrevista’
A Comissão Nacional de Defesa responsabiliza os EUA pelo apagão na Internet do país
A tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte pela estreia do filme A Entrevista, uma comédia sobre a tentativa de assassinar o líder norte-coreano Kim Jong-un, escalou mais um degrau no sábado. Um porta-voz da Comissão Nacional de Defesa do hermético país responsabilizou o presidente norte-americano, Barack Obama, de promover o filme e afirmou que o mandatário “sempre fala de forma imprudente e atua como um macaco em uma selva tropical”, segundo a agência oficial norte-coreana KCNA.
“O que aconteceria se alguém fizesse um filme que promovesse o assassinato de Barack Obama? Será que os Estados Unidos continuariam defendendo a liberdade de expressão?, perguntou o porta-voz norte-coreano, que empregou um tom beligerante e assegurou que a estreia “acarretará grandes consequências”, sem detalhar quais. “Obama deve retratar-se de todas as más ações que seu país cometeu e de sua política hostil contra a Coreia do Norte se quiser a paz em solo americano”, acrescentou.
Pela primeira vez, o regime comunista confirmou os contínuos cortes de Internet que sofre o país pelo quinto dia consecutivo e culpou Washington. “Os Estados Unidos, sem vergonha alguma, começaram a interromper as operações de Internet dos principais meios de comunicação de nosso país”, declarou a Comissão. Reiterou que não tem vínculos com o ataque cibernético à Sony e pediu “provas conclusivas”. Os cortes de Internet na Coreia do Norte não são estranhos devido à pobre infra-estrutura local, mas desta vez aconteceram pouco depois de Barack Obama prometer “uma resposta proporcional” ao ataque cibernético à Sony Pictures, gerando especulações de que teriam sido orquestrados pelos Estados Unidos.
A China, principal aliado do regime de Kim Jong-un, pediu na sexta-feira que ambas as partes ajam com moderação e mantenham a calma. “É um filme polêmico e vimos que causou muitos problemas”, assegurou a porta-voz do ministério de Relações Exteriores chinês, Hua Chunying. Dias antes, um editorial do jornal oficialista Global Times criticou duramente o filme: “Não pode ser motivo de orgulho nem para Hollywood, nem para a sociedade norte-americana, é uma amostra de mau gosto”, ressaltou o jornal.
Assim como nos Estados Unidos – onde arrecadou mais de um milhão de dólares no dia de sua estreia – , A Entrevista teve um êxito significativo no gigante asiático, onde pelo menos 300.000 pessoas já viram o filme baixado clandestinamente pela Internet, segundo informa a Reuters.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.