Papa Francisco foi crucial na mediação entre EUA e Cuba
Obama e Castro agradecem envolvimento “pessoal” do Pontífice nas negociações
Menos de dois minutos separaram os pronunciamentos dos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro. Os dois líderes anunciaram nesta quarta-feira o restabelecimento das relações diplomáticas entre seus países, e ambos agradeceram a mediação de um personagem-chave: o papa Francisco.
“Obrigado. Especialmente ao papa Francisco”, declarou Obama poucos minutos depois das 15h (hora de Brasília). O líder cubano – que, em seu discurso transmitido ao vivo de Havana vestia a farda de general que caracteriza os dirigentes do regime castrista – também agradeceu o trabalho do Pontífice e das autoridades do Canadá, onde as negociações ocorreram, “por facilitarem” o diálogo bilateral.
A resposta do Papa não tardou. Segundo nota divulgada pelo Vaticano, Jorge Mario Bergoglio “sente prazer vivamente” pelo anúncio do restabelecimento das relações entre EUA e Cuba, “a fim de superar, pelo interesse dos respectivos cidadãos, as dificuldades que marcaram sua história”.
O Papa escreveu nos últimos meses a Obama e Castro convidando-os a resolver questões humanitárias
Francisco, segundo o mesmo comunicado da Santa Sé, escreveu durante os últimos meses a Obama e a Castro “convidando-os a resolver questões humanitárias de comum interesse, como a situação de alguns detidos”. Além disso, o Vaticano acolheu em outubro passado as delegações de ambos os Governos, segundo a nota.
Obama destacou ainda o envolvimento “pessoal” de Francisco no processo de iniciar a normalização das relações diplomáticas bilaterais, que estavam congeladas desde 1961, quando o Congresso dos EUA impôs o embargo a Cuba.
Também na quarta-feira, os dois presidentes anunciaram uma troca de três cubanos presos na Flórida (Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero) por um norte-americano (Alan Gross) detido em Cuba desde 2009.
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