_
_
_
_

Cameron quer expulsar europeus que não conseguirem emprego em 6 meses

Primeiro-ministro britânico propõe negar seguro-desemprego aos trabalhadores europeus

O governo inglês quer expulsar os europeus sem emprego.Foto: reuters_live | Vídeo: Reuters-Live
Pablo Guimón

Pressionado pelas estatísticas publicadas na quinta-feira, que apontam um aumento de 43% na imigração no Reino Unido e a consequente ruptura da promessa do Governo de reduzi-la antes do fim do mandato, David Cameron anunciou uma bateria de propostas para conter a imigração europeia. Como promessa eleitoral em função dos comícios de maio, o primeiro-ministro conservador propôs dar aos cidadãos da União Europeia um prazo limite de seis meses para que encontrem trabalho e, se não conseguirem, devem abandonar o país. Cameron propôs a exigência de residir no Reino Unido durante quatro anos para poder se beneficiar de certos benefícios sociais, como auxílios fiscais ou o acesso a moradia social. Também pretende acelerar a deportação de criminosos condenados originários de outros países da UE.

Em seu discurso, Cameron fez menção de propor a imposição de cotas para conter a imigração, e o “freio de emergência” para conter temporalmente a tendência, solicitada pelos setores mais radicais de seu próprio partido. E provavelmente encontrará também a oposição de outras capitais europeias que podem tachar a medida de discriminatória.

Mais informações
Conservadores propõem cortes para manter poder no Reino Unido
Imigrantes no Reino Unido (em espanhol)
Milhares de trabalhadores protestam contra cortes em Londresn

O conservador garantiu que “não tem dúvidas” de que suas propostas exigirão reformas dos tratados europeus. Um porta-voz da Comissão Europeia respondeu pouco depois: “São propostas britânicas e são parte do debate. Devem ser debatidas sem drama, com tranquilidade e cuidado. É responsabilidade dos parlamentares nacionais lutar contra os abusos do sistema e isso as leis da UE permitem”, segundo informa a Reuters.

Cameron espera que a retirada do salário-desemprego sirva para dissuadir os trabalhadores europeus menos qualificados de instalarem-se no Reino Unido. Ao mesmo tempo, a proposta atenderá a chanceler alemã Angela Merkel, e o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, que advertiram o primeiro-ministro de que não vão tolerar que ele atravesse a linha vermelha do princípio da liberdade de movimento dentro da União.

A proposta, no entanto, não calará as críticas do partido populista antieuropeu UKIP nem do setor mais radical de suas próprias fileiras, para quem a medida não é suficiente para deter a imigração.

Mas uma proposta como a que finalmente apresentou, que não ameace o princípio de livre circulação, parece que não vai encontrar unanimidade em Bruxelas, como sugeriu o próprio presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao Financial Times. Tanto Juncker como a chanceler alemã Angela Merkel estariam dispostos a avaliar uma gradação do seguro-desemprego que os diferentes Estados oferecem aos imigrantes da comunidade, mesmo que isso exija a reforma de alguns artigos dos tratados da União.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_