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1,6 milhão de pessoas votam pela independência catalã no 9-N

Governo catalão acredita que a cifra definitiva de participação será superior a 2.250.000

80,72% dos eleitores da consulta catalã votaram sim para as duas perguntas propostas, portanto querem que a Catalunha seja um Estado e que esse seja independente, com 88,44%, conforme informou a vice-presidente do Governo, Joana Ortea, pouco depois da meia-noite (21 horas de domingo de Brasília). 10,11% votaram 'sim' para um Estado, mas 'não' para sua independência. O 'não' para as duas perguntas teve apenas 4,55%. A participação na consulta alternativa catalã do 9-N é de 2.043.226 de pessoas. O Governo catalão espera que chegue aos 2.250.000. Um pouco antes, o presidente da Generalitat Artur Mas qualificou a convocação de “sucesso total”. Os partidos e entidades que convocaram o chamado “processo participativo” manifestaram sua satisfação, e até mesmo sua surpresa, pelo que, até o momento, consideram uma convocação bem sucedida.

Os cálculos da Generalitat estimam que existam 5,4 milhões de cidadãos espanhóis na Catalunha maiores de 16 anos, assim como 900.000 estrangeiros residentes – dos quais não se sabe desde quando têm o visto de residência. Essa cifra, para orientação, coincide em grande parte com as cifras fornecidas pelo Instituto Nacional de Estatística. O INE mostra que a “população residente” – sem especificar nacionalidade – nascida antes de 1998, e portanto potencialmente convocada para votar, é de 6.228.531 de pessoas. Levando em conta esse censo, como orientação, por volta de 32,8% votou.

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Para os partidos que respaldaram a convocação desse 9-N, o sucesso está em conseguir os 2,1 milhões de votos que os quatro grupos do Parlament a favor da soberania – CiU, Esquerra, ICV e CUP – obtiveram conjuntamente em 2012.

O dia foi marcado pela denúncia apresentada pelo UPyD contra o presidente Artur Mas; contra a conselheira da Educação, Irene Rigau, e contra o conselheiro do Interior, Ramon Espadaler – esse último por não impedir a comissão de um suposto delito de desobediência. O UPyD, e também o Plataforma per Catalunya, haviam pedido a retirada das urnas, mas o juiz de defesa de Barcelona recusou o pedido acatando o argumento da Promotoria ao concluir que as medidas solicitadas pelos grupos “não têm proporcionalidade”.

Por não se tratar de um referendo ou consulta com as garantias democráticas plenas, não existe um censo oficial de eleitores. Foram chamados para votar as pessoas com residência na Catalunha com documento de identificação espanhol maiores de 16 anos, assim como os estrangeiros com visto de residência de mais de três anos de vigência. Também podem votar os cidadãos espanhóis residentes no estrangeiro cujo último registro eleitoral foi um domicilio da Catalunha. Nos próximos 15 dias, as pessoas que tiveram dificuldade para votar no domingo poderão fazê-lo nas sete delegacias territoriais da Generalitat.

Em números absolutos a atual votação pode ser comparada com o referendo sobre o Estatuto da Autonomia de 2006. Por volta das 14 horas (11 horas de Brasília), 1.077.623 de pessoas haviam validado a carta autônoma, uma cifra ligeiramente menor do que os eleitores que compareceram neste domingo para votar a partir do meio dia (9 horas de Brasília).

Foto: atlas | Vídeo: ATLAS

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