Ataque ao Senado
O resultado das eleições legislativas norte-americanas determinará o restante do mandato de Obama
Os norte-americanos vão nesta terça-feira às urnas para renovar o total da Câmara de Representantes e um terço do Senado, em eleições legislativas marcadas pelo pessimismo dos eleitores e o desencanto com Barack Obama. O troféu fundamental da disputa é o controle do Senado, que poderia passar também para as mãos dos republicanos, senhores da Câmara de Representantes, se conseguirem conquistar as seis cadeiras que os separam da maioria.
Diante de um Partido Democrata na defensiva, a oposição republicana impôs a percepção de Obama como um presidente falido entre muitos eleitores brancos, e as eleições parlamentares como um plebiscito sobre sua gestão. Foi o próprio Obama que sinalizou esse caráter ao considerar o voto como um pronunciamento sobre suas realizações. Apesar do crescimento sustentado da economia e da queda do desemprego e do déficit público, uma maioria consistente se mostra desalentada quanto à situação dos EUA e desaprova a atuação presidencial em áreas que vão desde questões conjunturais, como a crise do ebola, até outros de longo percurso, como sua vacilação na política externa ou a falta de convicção de sua resposta diante do jihadismo. A impopularidade do chefe de Estado tornou-o tóxico para seus próprios senadores, que evitaram sua presença no apoio de seus atos eleitorais.
A polarização norte-americana se acentuou nos últimos anos, em paralelo com a pressão da direita aguerrida sobre o Partido Republicano e o escasso entusiasmo democrata na defesa de suas próprias políticas. Essa evolução, que inibe progressivamente o voto moderado, tem seu reflexo na minguada atenção que as eleições legislativas suscitam (participação média de 40%), apesar de sua importância no governo do país.
O atual Congresso não se caracterizou por suas conquistas. Se os republicanos conseguirem recuperar o Senado, o resultado não será um cataclismo político. Uma maioria conservadora não consegue eliminar de canetadas a obra de Obama, mas sim desfigurá-la e amputar as iniciativas presidenciais. Torpedear a agenda da Casa Branca durante os dois próximos anos, no entanto, seria a opção mais torpe em um país tão necessitado de acordo entre seus dois grandes partidos para resolver alguns de seus problemas sociais e políticos mais urgentes.
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