Espanhola com ebola teve 21 contatos hospitalares em Madri

Hospital convoca todos os funcionários que participaram do atendimento à enfermeira

Um dia depois de ser confirmado o primeiro caso de contaminação por ebola na Europa – o de uma auxiliar de enfermagem que cuidou dos dois religiosos espanhóis mortos por causa do vírus após serem repatriados –, as autoridades sanitárias da Espanha tentam localizar as pessoas com quem a paciente manteve contato. A mulher, de 40 anos, é casada e não tem filhos, e saiu de férias um dia depois da morte do religioso Manuel García Viejo.

O Hospital Carlos III, em Alcorcón (sudeste de Madri), onde a auxiliar chegou de ambulância na manhã de segunda-feira, identificou 21 pessoas dos serviços de saúde que tiveram contato com ela, entre eles funcionários do Serviço de Urgência Médica de Madri (SUMMA) que a transportaram desde sua casa e os profissionais do hospital que intervieram em seu tratamento, segundo fontes da área de saúde consultadas pelo EL PAÍS. O centro convocou todos eles para informá-los de que deverão ser submetidos a uma vigilância epidemiológica.

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Os 21 profissionais envolvidos deverão medir suas temperaturas duas vezes por dia, de manhã e à noite. Eles, no entanto, poderão seguir suas rotinas normalmente, já que o vírus não é contagioso quando não há sintomas, como febre.

A paciente infectada pelo ebola chegou ao hospital em Alcorcón na madrugada da segunda-feira em uma ambulância “convencional” e foi atendida por funcionários sem proteção especial, segundo as mesmas fontes. Uma vez no hospital, foi ativado o protocolo para suspeita de ebola. Ela então foi internada em uma ala isolada e passou a ser atendida por equipes protegidas com uniformes especiais.

O centro agora tem que decidir como limpar a área onde a paciente está internada. Por enquanto, o local permanece fechado à circulação e isolada com plásticos para impedir contágios. As portas de acesso foram lacradas com um plástico transparente.

Com os 21 funcionários, chega a 50 o número de profissionais médicos na Espanha que estão submetidos à vigilância epidemiológica por contato com pacientes contaminados por ebola. As autoridades sanitárias que compareceram na segunda-feira a uma entrevista coletiva juntamente com a ministra da Saúde, Ana Mato, informaram que cerca de 30 profissionais já estavam sendo monitorados desde o atendimento aos dois religiosos repatriados. Mas ainda falta saber com que outras pessoas de seu entorno familiar e pessoal a auxiliar de enfermagem manteve contato na semana passada, quando já apresentava sintomas de ebola (febre) e, ainda assim, manteve sua rotina normal.

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