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As novas sanções dos EUA para a Rússia miram seu setor energético

As sanções de Washington pela crise ucraniana atingem pela primeira vez a empresa Gazprom

Barack Obama junto com o ex-presidente Bill Clinton na Casa Branca.
Barack Obama junto com o ex-presidente Bill Clinton na Casa Branca.C. D. (AP)

Os Estados Unidos deixaram claro nesta sexta-feira que manterão a pressão contra Moscou até que seja consolidado o retorno da estabilidade na Ucrânia ao mirar pela primeira vez a joia da coroa do setor energético russo: a gigante Gazprom, o maior fornecedor energético da Europa. A Administração de Barack Obama sancionou em julho algumas empresas do setor financeiro da Gazprom, mas nesta sexta o fez pela primeira vez contra o conglomerado como conjunto e em particular contra sua filial de exploração petrolífera, a Gazprom Neft.

O Departamento do Tesouro impôs à Gazprom, Gazprom Neft e outras três companhias energéticas – Lukoil, Surgutneftegas e Rosneft – sanções que “proíbem” a exportação de bens, serviços – excluindo financiamento – e tecnologia em “apoio” aos projetos de exploração de petróleo nas águas sob controle russo do oceano Ártico. Os EUA concedem duas semanas – até o dia 26 – para todo cidadão norte-americano encerrar qualquer transação desse tipo.

“Foi elaborado para terminar efetivamente com esse tipo de exploração e produção de petróleo ao privar essas companhias russas dos bens, tecnologia e serviços que necessitam para fazer esse trabalho”, disse um alto funcionário da Administração em uma entrevista por telefone com jornalistas. Ou seja, Washington busca cortar por completo as asas de um dos principais projetos energéticos russos que, além disso, tem profundas implicações geopolíticas em um momento em que o degelo do Ártico abriu uma ampla via de oportunidades energéticas e de transporte.

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Na quinta-feira a UE já havia mirado o financiamento do setor petroleiro russo com medidas contra a Gazprom Neft, Rosneft e Transneft. O capital europeu não poderá financiar as empresas controladas pelo menos em 50% pelo Kremlin, que faturem mais de 31 bilhões de euros (93 bilhões de reais) e que obtenham pelo menos a metade desse dinheiro da venda de petróleo. Da mesma forma que a UE, os EUA não atacaram, por enquanto, o setor de gás.

Um dos mais afetados pelas sanções poderá ser o gigante energético norte-americano ExxonMobil, que desde 2011 tem uma parceria de exploração na zona do Ártico de controle russo com a companhia pública Rosneft. A Exxon disse nesta sexta-feira que estava analisando o impacto das novas limitações. Ambas as companhias iniciaram no mês passado as perfurações no mar de Kara, na zona de controle russo do oceano Ártico.

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