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A OMS adverte que uma pessoa no mundo se suicida a cada 40 segundos

A organização faz um apelo aos países para elaborar planos estratégicos de prevenção

Medicamentos para um suicídio assistido em uma clínica de Zurique (Suíça).
Medicamentos para um suicídio assistido em uma clínica de Zurique (Suíça).

A cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. É o que se pode concluir do primeiro relatório sobre o assunto elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que calcula que 804.000 pessoas se suicidaram em 2012. Dessas, 75% vinham de países considerados de média ou baixa renda.

No Brasil, em 2012, se suicidaram 11.821 – 9.198 homens e 2.623 mulheres, segundo o estudo apresentado na quarta-feira. O relatório revela que, além disso, o número de indivíduos que tentam se suicidar e não conseguem é muito maior. “A tentativa de suicídio é o primeiro fator de risco para que alguém volte a tentar acabar com sua vida uma segunda vez e consiga”, comentam os pesquisadores da OMS.

Os dados da entidade indicam que o maior índice de suicídios ocorre entre pessoas com mais de 70 anos de idade, mas, globalmente, essa é a segunda principal causa de morte entre a população de 15 a 29 anos. Por causa dessa situação, a OMS considera que o suicídio é “um grande problema de saúde pública”, apesar de não ser tratado como tal.

Apenas 28 países do mundo contam com um plano estratégico para prevenir o suicídio de sua população, e 60 coletam dados dos suicídios consumados. A OMS destaca o estigma e o tabu em torno do suicídio como o principal problema que impede que tanto familiares como governos abordem o tema de maneira aberta e eficiente. De fato, em muitos países o suicídio é um ato ilegal e, por isso, tende a ser evitado oficialmente.

Em relação às causas do suicídio, nos países desenvolvidos a prática está mais relacionada com distúrbios mentais, provocados especialmente pelo abuso do álcool, e com a depressão. Já nas nações de média e baixa rendas, como o Brasil, as principais causas são a pressão e o estresse por problemas socioeconômicos.

Além disso, muitos casos ocorrem entre pessoas que tiveram que superar um conflito bélico, um desastre natural, violência física ou mental, abuso ou isolamento. Os índices de suicídio também são altos entre as pessoas que sofrem discriminação, como os refugiados, os imigrantes, os homossexuais, bissexuais e transexuais, e os presidiários.

Sobre o método empregado, 30% dos suicídios são realizados por envenenamento com pesticidas – em regiões agrícolas em crise; outras maneiras comuns são o enforcamento e o uso de armas de fogo.

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