Barack Obama: “O Estado Islâmico não vai nos intimidar. Faremos justiça”
Washington confirma a autenticidade do vídeo em que Steven Sotloff é decapitado pelo EI
“Repulsa” é o que o mundo sente ao saber que um segundo jornalista norte-americano, Steven Joel Sotloff, foi decapitado pelo Estado Islâmico (EI), afirmou nesta quarta-feira o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante uma visita oficial à Estônia. Pouco antes, a Casa branca havia confirmado a autenticidade do vídeo que registrou o “horrendo ato de violência” contra o jornalista de 31 anos sequestrado na Síria em 2013.
“Os serviços de inteligência analisaram o vídeo em que aparece o cidadão norte-americano Steven Sotloff e chegaram à conclusão de que é autêntico”, declarou em um comunicado a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Caitlin Hayden.
Em uma de suas mensagens mais duras contra o Estado Islâmico, Obama lançou no início de seu giro pela Europa um aviso contundente para aqueles que “ameaçarem” os EUA: “Não vamos esquecer, nem vão nos intimidar. Faremos justiça”, prometeu.
O objetivo está claro: “Destruir o Estado Islâmico”. E ações “horrendas” como a execução de jornalistas “só fazem reforçar nossa determinação” de acabar com os extremistas.
Para isso, disse, é importante ter uma “estratégia regional” e realizar “ataques a partir do ar”, que até agora foram pouco mais uma centena no Iraque.
Após as críticas recebidas nos EUA ao reconhecer, na semana passada, que carecia de uma “estratégia militar semelhante para a Síria”, Obama insistiu que só dará esse passo quando se souber que essa é uma missão que vai dar certo.
“Precisamos ter objetivos muito claros e necessitamos o respaldo do Congresso, dos norte-americanos e dos aliados internacionais para que este não seja um esforço individual”, ressaltou.
“Devemos nos organizar para acabar com esse câncer [referindo-se ao Estado Islâmico]”, continuou Obama em seu discurso, no qual se mostrou disposto a “liderar” os esforços para isso, contanto que, repetiu, conte com a cooperação dos países da região e do restante da comunidade internacional.
“Os EUA continuarão liderando um esforço regional e internacional contra o tipo de visão bárbara e, em última análise, vazia que representa o EI”, afirmou. Este esforço “vai chegar em algum momento”, enfatizou Obama, “mas vamos conseguir. Estou muito certo disso”.
Sotloff é o segundo cidadão norte-americano – neste caso, a vítima também tinha cidadania israelense, segundo revelou o jornal Haaretz – a ser decapitado pelo EI em menos de duas semanas. O primeiro foi o fotojornalista James Foley, capturado na Síria em 2012. Segundo o grupo terrorista, são as consequências que os EUA têm de pagar por bombardear a represa de Mosul, no norte do Iraque. Durante uma coletiva de imprensa em Tallinn, Obama também dirigiu palavras de consolo à família do jornalista. “Não posso imaginar a angústia de todos os que amavam Steven. Especialmente sua mãe, seu pai e sua irmã”, disse ele .
No final de agosto, Shirley Sotloff, a mãe da vítima, divulgou um vídeo no qual pedia clemência ao líder do EI, Abu Bakr al Baghdadi, o único “que poderia conceder anistia” a seu filho.
O secretário de Estado, John Kerry, também falou à família do jornalista cuja morte, disse ele, é um “soco no estômago”, e prometeu que os EUA vão se encarregar de que seja feita justiça com os responsáveis pelos assassinatos de Foley e Sotloff, “independentemente de quanto tempo for necessário”.
No vídeo, Sotloff – vestindo uma túnica laranja e com a cabeça raspada – envia uma nova mensagem ao presidente Barack Obama no qual afirma ser vítima de suas decisões sobre a política externa e os ataques do Exército dos EUA contra posições jihadistas no norte do Iraque. O carrasco de Sotloff – que parece ser o mesmo que assassinou James Foley em agosto – agora ameaça decapitar o próximo ocidental, o cidadão britânico David Cawthorne Haines, se continuarem os ataques contra os islâmicos.
O Estado Islâmico, que pretende instaurar um califado islâmico no Iraque e na Síria, tornou-se mais forte desde 10 de junho, ao tomar a cidade de Mossul e avançar na conquista do norte e oeste do Iraque.
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