_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Sob pressão

A UE supera a letargia estimulada pelo conflito ucraniano, mas adia a economia

A União Europeia vive a situação mais delicada da sua história. Sob a pressão do conflito com a Rússia, o mais preocupante para a Europa desde a Guerra Fria, e enfrentando a ameaça de mais uma estagnação econômica, seus líderes finalmente concordaram sobre quem ocupará os principais postos das instituições comunitárias. O equilíbrio acordado – territorial e ideológico – responde às necessidades habituais de um clube com 28 membros e sensibilidades muito diferentes. Ao mesmo tempo, a UE constrói uma estrutura política para se ajustar à conjuntura exterior, adiando, mais uma vez, a decisão de enfrentar a difícil situação econômica.

As eleições do conservador polonês Donald Tusk para presidente do Conselho Europeu e da social-democrata italiana Federica Mogherini como chefe da diplomacia afetam o elenco ideológico. O desembarque em Bruxelas é um impulso positivo para a Polônia. Dez anos depois de entrar na UE, a Polônia, cuja economia é uma exceção e avança de forma notável, pisa forte na Europa. Tanto o país quanto o seu primeiro-ministro ganharam o respeito de seus sócios, que têm comprovado a alegada sensibilidade para o Oriente e, sobretudo, para o grande país do antigo bloco comunista. Não é apenas um acontecimento histórico. É também uma decisão adequada no momento em que o belicismo da Rússia converteu o conflito ucraniano em uma verdadeira ameaça para a segurança do continente.

A Polônia aposta na mão forte contra Putin, mas é consciente da necessidade de conviver com Moscou. O aperto das sanções impostas até agora ao presidente russo não serviu para detê-lo. O contrapeso que pode ser Tusk, talvez Mogherini, acusada de ser condescendente demais com Moscou, é uma possibilidade de encontrar o equilíbrio que a Europa necessita para tecer acordos e aliviar a tensão. Sempre mediante o diálogo, mas informando à Rússia que qualquer passo que aumente o seu já intolerável intervencionismo, determinado a dinamitar a aproximação de Kiev à Europa, pode custar caro.

Ainda estão pendentes a eleição do gabinete de comissários e a adoção de políticas que tirem a Europa da estagnação, do elevado desemprego e da baixa inflação. Diante da situação emergencial, que tem influenciado os social-democratas, os líderes decidiram que todas as decisões serão tomadas em um encontro especial na Itália, em outubro. Outro adiamento. Outro mau sinal.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_