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A OTAN abre a porta para a incorporação da Ucrânia na Aliança

Rasmussen reitera suas advertências pela implicação “direta” da Rússia no conflito ucraniano

Ignacio Fariza
O secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, em sua apresentação aos jornalistas.
O secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, em sua apresentação aos jornalistas.OLIVIER HOSLET (EFE)

A OTAN deixa a porta aberta para um possível ingresso da Ucrânia na Aliança, como havia sugerido horas antes o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk. “Não quero interferir em questões políticas internas, mas permita-me lembrá-los de nossa decisão tomada em 2008 segundo a qual a Ucrânia se converterá em membro da OTAN sempre que desejar e cumprir os critérios necessários”, afirmou nesta sexta-feira o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen. O máximo responsável pela Aliança também confirmou que a Rússia cruzou “ilegalmente” a fronteira ucraniana, em uma ação “não isolada” que faz parte da “perigosa” manobra de desestabilização da Ucrânia que Moscou está praticando nos últimos meses.

Rasmussen afirmou que a OTAN respeita a política de não alinhamento seguida até agora pela Ucrânia, mas defendeu que também respeitará “plenamente” qualquer mudança que Kiev decida introduzir. “Respeitamos plenamente se o Parlamento ucraniano decidir mudar esta política. Todas as nações têm o direito de decidir por si mesmas, sem interferências externas. Esperamos que outras nações também respeitem o mesmo princípio”, sublinhou em referência implícita à Rússia. O secretário-geral da Aliança, apesar disso, esclareceu que os embaixadores dos aliados não falaram sobre este assunto na reunião extraordinária mantida nesta sexta-feira no quartel-general da OTAN em Bruxelas.

Horas antes da coletiva de Rasmussen, Yatseniuk tinha anunciado que levaria ao Parlamento uma lei que mudaria o status da Ucrânia como Estado não-alinhado e estabeleceria o caminho para a adesão do país à OTAN. Depois da Guerra Fria, a OTAN se expandiu para o leste da Europa com o ingresso da Hungria, Polônia, República Checa em 1999; da Bulgária, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Letônia, Lituânia em 2004 e da Albânia em 2009. Desde então, nenhum país do extinto Pacto de Varsóvia entrou na Aliança Atlântica.

Novo aviso para a Rússia

“Condenamos energicamente o desprezo da Rússia por suas obrigações internacionais e pedimos para que este país coloque um fim a suas ações militares ilegais”, recordou Rasmussen. “É uma flagrante violação da soberania e da integridade territorial ucraniana. A Rússia continua fornecendo tanques, veículos armados, artilharia e lança-foguetes, e seu exército disparou contra a Ucrânia tanto do território russo quanto do território ucraniano.” O secretário-geral da aliança militar acrescentou que Moscou dispõe de “milhares” de soldados preparados para o combate nas cercanias da fronteira entre Rússia e Ucrânia, em uma ação que, para ele, “desafia” todos os esforços diplomáticos para encontrar uma solução pacífica para o conflito.

“Hoje, expressamos nossa solidariedade com a Ucrânia e na reunião de Cardiff (os 28 Estados membros da OTAN manterão um encontro nos dias 4 e 5 de setembro na capital de Gales), nos reuniremos com o presidente Petro Poroshenko para deixar claro nosso inabalável apoio à Ucrânia”. Rasmussen reafirmou que, durante a reunião, alguns embaixadores anunciaram ajudas financeiras concretas para a modernização dos sistemas de defesa ucranianos e deixaram aberta a possível assinatura de um acordo neste sentido ao longo da reunião.

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